Delaíde Arantes concorre ao Prêmio Cláudia de Políticas Públicas

Como forma de reconhecimento pela sua atuação, a ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Delaíde Miranda Arantes, foi indicada ao Prêmio Cláudia de Políticas Públicas 2013. A força da ministra ficou conhecida em Genebra, em junho de 2011, quando contou sua história às delegações das 183 nações que escreveriam a convenção sobre o trabalho decente para os domésticos do mundo todo.  

Ela argumentava, na Organização Internacional do Trabalho (OIT), que os Estados deveriam oferecer ensino fundamental, médio e superior aos profissionais que lavam, passam e cozinham. Na ponta oposta, países europeus consideraram a faculdade um exagero. Delaíde – primeira de nove filhos de um pequeno produtor rural, a quem ela ajudava a plantar arroz, milho e mandioca – revelou que havia sido doméstica e que chegar à universidade, mesmo após quatro tentativas fracassadas no vestibular, foi o que lhe permitiu a ascensão a um tribunal de cúpula do Judiciário brasileiro. Suas palavras sensíveis foram decisivas, a ala europeia perdeu. No Brasil, a convenção deverá ser ratificada ainda neste ano.

Há muito, a goiana Delaíde vem marcando a vida das 6,5 milhões de domésticas do país. Ministra desde 2011, ela participou de debates na Câmara dos Deputados e no governo federal. Tirava dúvidas técnicas e defendia a Proposta de Emenda Constitucional (PEC), que, promulgada em abril, deu às empregadas os mesmos direitos que a CLT assegura, há 70 anos, aos demais trabalhadores.

“O Brasil é o maior empregador mundial de domésticas. Não podia tratá-las como subcategoria. Por 14, 16 horas diárias, elas cuidavam dos lares quase sem benefícios e até sem tempo para si e para os próprios filhos. A lei ajuda a sociedade a avançar, será bom para todos.” Sua primeira contribuição, em 1991, foi o livro O Trabalho Doméstico: Direitos e Deveres (AB Editora). Delaíde não se incomodou quando os colegas disseram que seria péssimo para a sua carreira ficar identificada como defensora de domésticas – embora ela tivesse advogado também por empresas.

A força da ministra Delaíde Miranda Arantes, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ficou conhecida em Genebra, em junho de 2011, quando contou sua história às delegações das 183 nações que escreveriam a convenção sobre o trabalho decente para os domésticos do mundo todo. A força da ministra Delaíde Miranda Arantes, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ficou conhecida em Genebra, em junho de 2011, quando contou sua história às delegações das 183 nações que escreveriam a convenção sobre o trabalho decente para os domésticos do mundo todo.

Sempre atenta à mulher, a ministra votou no TST a favor da extensão do direito de estabilidade à gestante em contrato temporário e em qualquer categoria. “É uma forma de proteger mãe e criança, de promover dignidade humana”, afirma. Delaíde tem duas filhas, sete netos (três dela e quatro do marido, o ex-deputado Aldo Arantes), adora dançar e, aos domingos, fazer comida típica de sua Pontalina (GO) para a família. “Ainda tenho a missão de educar meus netos para que dividam as tarefas em casa”, diz. Alguém que, na roça, aprendeu a ler sob a luz de lamparina e precisou subir num caixote para alcançar as panelas no fogão de lenha não está na vida pública a passeio.

Fonte: Revista Cláudia