Nildo Cabral: A exigente situação política e social

O PCdoB é um Partido necessário, indispensável e insubstituível, para os trabalhadores, para a democracia, para o povo brasileiro e para o Brasil. A luta para superar as mazelas deixadas pelo processo de capitalização do país torna o Partido um defensor do progresso e da soberania nacional pautados por um projeto de nação.

Nesse sentido, o esforço do novo projeto nacional de desenvolvimento dar a tônica ao abarcar os grandes anseios populares: as reformas democráticas da política, educacional, tributária, agraria, urbana, meios de comunicação, previdenciária, judiciária, segurança pública e o fortalecimento do sistema único de saúde, essas sim, são as mudanças necessárias para o país continuar avançando, o contrário é fazer populismo de ocasião.

Com o proposito de deixar a sociedade livre dos serviços precários ofertados pelo Estado e, também, garantir à estreita ligação da classe operária com as massas, o PCdoB se afirma como legitimo construtor da nação ao fortalecer sua influência na luta do radioso progresso civilizacional do Brasil que não se faz apenas com reformas e salários, mas também com a tomada do poder e sua manutenção.

Atualmente, o Estado está pressionado a consolidar prioridades e interesses privados, sucumbindo ao pensamento neoliberal que faz das decisões do congresso nacional seu latifúndio ao emplacar projetos de leis austeros, como por exemplo, a flexibilização de direitos, a terceirização, o desmonte da garantia da proteção social do trabalhador e a manutenção da opulência privada por parte do Estado ao entregar mercados estratégicos, tudo isso sem a participação proletária no processo de construção do arcabouço jurídico do país.

A presente nação vive dias turbulentos que cobram a convocação massiva dos comunistas para disputar as grandes agendas e as instituições ante a exigente situação política e social do país.

Nesse início da segunda década do século XXI o povo saiu às ruas contra as formas de poder em consequência da falta de prestigio da representação política; no último mês de junho essa pluralidade pressionou todas as forças reinantes da nossa centenária república, do legislativo ao executivo, do judiciário a mídia, da igreja as empresas e entidades partidárias, nem mesmo, o futebol ficou de fora. Tudo ocorreu não pela política em si, mas sim, pelo seu mau uso tanto psicológico quanto ideológico.

A situação geradora se dissipou não somente pela qualidade ou prioridades das políticas públicas, mas também, pela quantidade dos representantes da classe trabalhadora que é desproporcional em relação a sua quantidade numérica na sociedade, o que não promoveu a produção legislativa ou executiva isonômica que fosse capaz de anular as desigualdades frente à correlação de forças dos interesses não-sociais, tornando assim, o papel democrático do Estado pouco eficiente e mais patrimonialista.

Passados 25 anos da promulgação da Constituição Federal de 1988, a maioria da sociedade ainda não acessou os direitos e garantias fundamentais, em muitos casos, os fenômenos econômicos internacionais e a representação corporativa nacional retardam o processo dessas conquistas, principais motivos da omissão legislativa, executiva e judiciária, somando-se a ausência de representação classista na disputa da agenda do governo.

Enfim, ante ao exposto, no contexto da política onde a democracia se desenvolve entre o governo e o povo, é cada vez mais necessário garantir a participação das massas nos espaços de poder, sobretudo, do trabalhador que construirá um governo para si que possibilite a conveniência e urgência do projeto popular em âmbito institucional em detrimento do lobby corporativo, esse é o papel do PCdoB, seja no fortalecimento da luta da nação ou mesmo no compromisso para consolidar o socialismo tipicamente brasileiro e a república dos trabalhadores.
 

José Nildo Cabral é Secretário de Organização do PCdoB de Mossoró