Veja também se atira na cova que ela própria cavou

Assim como seus colunistas, a revista se juntou ao cortejo fúnebre de parte da imprensa brasileira, após a decisão do ministro Celso de Mello que garantiu a alguns réus uma primeira oportunidade de apelação na Ação Penal 470; a editora Abril e seu panfleto de direita estão de luto pela derrota que sofreram, e a revista diz que a Justiça morreu e se curvou aos poderosos!

A falência de Veja

Nas páginas internas do panfleto, o editor Eurípedes Alcântara dá um chilique contra a decisão do decano do STF e afirma que ele "poderia ter poupado a inteligência das pessoas" ao dizer que juiz não cede a chantagens da mídia. Na verdade, faltou inteligência foi à Veja, que fez uma capa, na semana passada, tentando emparedar o decano, a quem ameaçava crucificar caso não obedecesse a revista

Ricardo Setti, Reinaldo Azevedo, Augusto Nunes, Rodrigo Constantino… um a um, o time de direita de Veja.com foi se juntando, na última quarta-feira (18) ao simulacro de enterro simbólico promovido na Marginal Pinheiros, sede da Editora Abril, após a decisão do ministro Celso de Mello, que garantiu a alguns réus da Ação Penal 470 a primeira oportunidade de apelação. Passaram o recibo da derrota da direita! Na práticas, aqeles colunistas se atiraram nas covas que eles próprios cavaram. "O mundo é um moinho" que reduz "as ilusões a pó", já cantou Cartola!

Em sua edição deste fim de semana, quem se juntou ao cortejo foi a própria Veja, que  revista circula "de luto", com a imagem da Justiça curvada e a data de seu obituário. Segundo Veja, o 18 de setembro de 2013 é a data da morte da Justiça no Brasil.

Internamente, o editorial "A Justiça falhou", do diretor Eurípedes Alcântara, pode ser definido como um chilique de criança mimada. Celso de Mello, afinal, não sucumbiu à chantagem de Veja, que ameaçava crucificá-lo caso não votasse em linha com os interesses políticos da revista – que, repita-se, são políticos e nada têm a ver com o conceito de Justiça.

Na edição desta semana, é a vez de Eurípedes passar recibo. "O ministro Celso de Mello poderia ter poupado a inteligência das pessoas ao insistir que o Supremo Tribunal Federal (STF) não pode ceder ao 'clamor popular' ou à 'pressão das multidões'. Claro que não pode. Tanto não pode que isso não precisa ser declarado". Na verdade, o diretor de Veja ficou incomodado com a aula magna do decano, proferida na STF, que teve como um dos capítulos principais a mensagem dirigida à mídia que tenta pautar e dirigir as decisões de uma suprema corte.

O 18 de setembro de 2013, na verdade, jamais será lembrado como a morte da Justiça no País. Não há um advogado, procurador, juiz ou estudante de direito que pensem de tal maneira.

A data poderá ser lembrada, talvez, como o obituário da própria Veja, que, tal qual seus colunistas, também se jogou na cova que ela própria cavou.

Com informações do portal Brasil 247