Milhares em manifestações na Grécia contra o fascismo

As ruas da Grécia reuniram nesta quarta-feira (25) milhares de manifestantes que pediram a proibição do partido neofascista Aurora Dourada (AD) e uma resposta rápida da justiça em todos os casos de violência nos que estão implicados seus membros.

Em Atenas, ao redor de 15 mil pessoas percorreram o centro da cidade com palavras de ordem como "Fascismo, nunca mais", "Nazistas fora da Grécia e de todas partes" e em memória do jovem cantor Pavlos Fyssas, assassinado por um membro da AD na quarta-feira passada.

A manifestação, convocada pelos dois principais sindicatos do país, acontece no marco do segundo dia de uma greve de 48 horas no setor público, e entre os grupos participantes estava a ativa e muito numerosa associação de trabalhadores paquistaneses na Grécia.

Seu presidente, Malik Abdul Mejid, lembrou que os trabalhadores imigrantes levam 5 anos sofrendo com ataques do grupo fascista, "mas o governo não reagiu até ser assassinado um cidadão grego, o que é triste, mas esperamos que sirva para colocar o Aurora Dourada fora de lei".

Por sua vez Petros Konstantinu, coordenador da Plataforma Unidos Contra o Racismo e a Ameaça Fascista, na qual Fyssas militava, disse à Prensa Latina que já não há razões para permitir que AD continue sendo um partido legal, depois de demonstrar que se trata de uma organização criminosa.

Konstantinu considerou que também existem outras expressões de fascismo como são os campos de concentração onde são mantidos durante meses imigrantes sem documentos sem acusações nem julgamento, assim como dezenas de vítimas de atentados violentos que não foram resolvidas pela justiça.

Uma vez chegada a passeata à praça Syntagma, em frente ao Parlamento, uma grande parte dos manifestantes decidiram continuar até uma das principais sedes da AD na área de Katehaki.

A longa caminhada não foi interrompida em nenhum momento pela polícia até que a manifestação, composta por umas sete ou oito mil pessoas, chegou às proximidades do local onde um amplo efetivo de uniformizados tinha isolada a zona.

Depois de um breve enfrentamento com pedras e bombas incendiárias, sem feridos nem presos, os manifestantes deram meia volta e se dirigiram para o centro da cidade.

Fonte: Prensa Latina