No marco dos diálogos de paz, Colômbia discute drogas ilícitas

Cerca de 1.200 ativistas de movimentos sociais e políticos da Colômbia participaram do fórum nacional Solução para o Problema das Drogas Ilícitas que busca propostas e alternativas para solucionar a problemática da produção, consumo, comercialização e tráfico de drogas. O evento, realizado em Bogotá, conta com a participação de especialistas internacionais de cinco países.

O debate é contemplado pelo quarto ponto da agenda de conversas de paz que o governo do país e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC-EP) sustentam em Cuba desde novembro do ano passado.

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Nesta quarta-feira (25), segundo dia de trabalho do fórum, 21 grupos integrados por camponeses, indígenas, afro-descendentes, empresários, organizações juvenis, movimentos políticos e igreja, entre outros, estudam a elaboração de propostas em três mesas paralelas, de onde sairá um documento final que será usado pelas partes no diálogo.

Como encontrar alternativas para frear a erradicação forçada dos cultivos de coca, do qual milhares de famílias dependem como única via de sobrevivência frente ao abandono do Estado, ou como as regiões foram afetadas pelo tema do narcotráfico, serão outros pontos de discussões.

Em declarações dadas à Prensa Latina, o Conselheiro Maior da Organização Nacional Indígena, Luis Arias, afirmou que a comunidade indígena reforçará seu posicionamento e defenderá o caráter sagrado da folha de coca para seus povos.

O tema das drogas e o narcotráfico recaem com força sobre essa nação andina há décadas. Ao abrir o encontro nesta terça (24), o Coordenador das Nações Unidas na Colômbia, Fabrizio Hochschild, destacou que um dos desafios neste país não é só o cultivo ilícito, mas também o consumo de drogas.

Estudos sobre o uso da cocaína indicam um aumento de 0,8% entre 1996 e 2008 na população colombiana. Isto, disse, “implica um novo desafio para o sistema de saúde pública e para a sociedade”.

Com Prensa Latina