Farc criticam o narcotráfico e a política antidrogas dos EUA

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (Farc-EP) anunciaram nesta quarta-feira (25) a posição da guerrilha sobre o tema do narcotráfico, assunto que será discutido com o governo colombiano na mesa de negociação pelo fim do conflito armado na Colômbia. A delegação do grupo que está em Havana (Cuba) anunciou que condena o narcotráfico e criticou a atual política antidrogas dos Estados Unidos.

“Condenamos o narcotráfico e participamos de uma ativa batalha política para desmascarar as falácias da chamada guerra ao narcotráfico, que é como se autodenomina a política americana”, informou as Farc em um comunicado divulgado hoje em Havana.

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As declarações foram dadas no mesmo dia em que se iniciou em Bogotá um Fórum Nacional sobre Drogas Ilícitas. O debate organizado por acadêmicos, universidades, camponeses e pela sociedade civil em geral faz parte das mesas temáticas que ocorrem no país para levar sugestões aos diálogos de paz entre as Farc e o governo. O tema também foi levado à 68ª Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York.

Para as Farc, o narcotráfico é hoje uma “realidade socioeconômica” gerada pela “crise do modelo capitalista” em vigor. “O narcotráfico é um negócio capitalista que produz mais de 600 bilhões de dólares por ano de lucro”, diz o texto do comunicado.

A guerrilha também disse que somente com “sensatez” se poderia chegar à melhor solução para o problema. O texto também diz que o narcotráfico tem servido “às elites colombianas”. Embora não tenha admitido no texto do comunicado, as Farc ainda usam o tráfico de drogas para sustentar a guerra. Em lugares em que o conflito armado é mais intenso no país, existe uma maior quantidade de plantações de maconha e de coca.

Durante as negociações de paz, as Farc já propuseram que o cultivo de maconha, de papoula e de coca seja despenalizado no país, como estratégia de combater a pobreza entre os camponeses.

Fonte: Agência Brasil