Líbano rechaça acusações sobre receber arsenal químico sírio

O presidente do Líbano, Michel Suleiman, tachou de “infundadas” e “irreais” as acusações de que houve transferência de armas químicas da Síria para o seu país. Suas declarações foram dadas em Nova York, nesta quinta-feira (26), no contexto dos debates gerais entre chefes de Estado, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas. O conflito na Síria e a busca por uma solução tem sido um tema recorrente nos discursos, que tiveram início na terça (24).

Presidente do Líbano Michel Suleiman - PressTV

O presidente libanês, assim como diversos outros chefes de Estado, defendeu uma solução política e diplomática para o conflito armado na vizinha Síria, e se disse esperançoso de que o acordo entre os EUA e a Rússia sobre o arsenal químico sírio seja implementado.

Sobre as condições dos refugiados sírios em seu país, o presidente libanês exigiu a ajuda da comunidade internacional, pois, segundo as cifras oficiais, calcula-se que o Líbano já tenha recebido 800.000 sírios que buscam refúgio.

A inspeção do arsenal sírio, proposta pela Rússia ainda em agosto, foi aceita pelo governo, que também já enviou documentos à ONU para a adesão à Convenção internacional sobre Armas Químicas, com a intenção declarada de destruir seu estoque.

Moscou e Washington alcançaram um acordo-quadro para a eliminação do arsenal químico sírio com o consentimento do governo do presidente Bashar Al-Assad. O acordo prevê diversos pontos ou medidas de comprometimento, que incluem a assinatura da convenção, embora a Síria tenha como vizinho um governo hostil, o israelense, que não ratificou a convenção e que possui armas nucleares.

Ainda assim, Damasco declara-se totalmente disposto a colaborar com a proposta russa, tomando este tipo de medidas concretas, e ainda convocando as partes no conflito para uma negociação política, com o objetivo de suprimir a violência generalizada.

O secretário-geral do movimento de resistência islâmica e partido libanês Hezbolá, Sayed Hassan Nasrallah, também negou categoricamente que o governo de Damasco estivesse transferindo armas químicas para o Líbano. Nasrallah pronuncia-se frequentemente contra a ingerência na Síria e presta apoio político e militar declarado às forças do governo, em combates contra os grupos extremistas e aos mercenários estrangeiros enviados à Síria.

Entretanto, a influência da sua participação no conflito e o alastramento da situação pelos países da região têm sido preocupações fundamentais no Líbano, que ainda luta para formar um governo de unidade nacional, apesar das contradições internas que também tomam contornos sectários.

Grupos importantes da política nacional opõem-se veementemente à participação do Hezbolá e advogam pelo desarmamento do movimento de resistência, que tem garantido a integridade do Líbano contra invasões estrangeiras (sobretudo de Israel) há décadas.

Com informações da HispanTV,
Da redação do Vermelho