Peritos voltam à Síria para investigar o uso de armas químicas

O grupo de peritos da Organização das Nações Unidas (ONU), que investiga as alegações sobre o uso de armas químicas na Síria, retorna ao país nesta quarta-feira (25), na continuação do processo acordado com o governo do presidente Bashar al-Assad. A viagem sucede uma recente onda de críticas ao cientista sueco que lidera a missão, Ake Sellström, que tem a sua imparcialidade questionada.

Equipe de peritos da ONU na Síria - Associated Press

A equipe de inspetores verificará se houve uso de armas químicas em 14 casos distintos, denunciados ao longo dos 30 meses de conflito armado vivido pela Síria.

Em visita anterior ao país, em agosto, os membros da missão da ONU confirmaram o uso de armas químicas no incidente de 21 de agosto, na região de Ghouta, próxima a Damasco, em um primeiro informe, publicado em 16 de setembro.

As conclusões não apontaram os responsáveis, entretanto, mas autoridades sírias e russas afirmam ter evidências de que o ataque foi perpetrado pelos grupos armados na região, para desviar a atenção da equipe de peritos que havia chego ao país recentemente, a convite do governo sírio. Ainda assim, os Estados Unidos, a França e o Reino Unido alegaram que a responsabilidade era do governo de Assad, sem demonstrar qualquer prova.

Os investigadores afirmaram que o ataque do dia 21 de agosto foi conduzido com foguetes que transportavam gás Sarin, um agente químico que ataca o sistema nervoso. Entretanto, trata-se de um relatório preliminar, de acordo com os próprios peritos.

“Houve outras acusações apresentadas ao secretário-geral da ONU em março, contra as duas partes [envolvidas no conflito]. Ainda faltam 13 ou 14 denúncias a serem examinadas”, disse Sellström, ao agregar que “talvez em outubro” a sua equipe poderia apresentar um informe final sobre o uso de armas químicas.

Mesmo antes das conclusões, entretanto, os EUA, a França e o Reino Unido já promoviam uma intervenção militar contra a Síria e as acusações graves, sem a apresentação de evidências, contra o governo do presidente Assad, com base em denúncias feitas pela Coalizão Nacional para as Forças da Revolução e da Oposição Síria (CNFROS), que diz representar a oposição no exterior.

Desde o início do conflito, potências do Ocidente e vizinhos da Síria, como a Turquia e a Arábia Saudita, apoiam a coalizão e outros grupos armados (inclusive de mercenários e islamitas) política, financeira e militarmente nos combates contra as forças oficiais.

Em 14 de setembro, o governo sírio enviou à ONU documentos de adesão à Convenção para a Proibição da Produção, Desenvolvimento, Armazenamento e Uso de Armas Químicas e para a sua Destruição, que deve entrar em vigor para o país em 14 de outubro. A medida constitui um dos passos propostos pelo plano apresentado pela Rússia e aceito pela Síria e pelos Estados Unidos, para evitar uma agressão militar deste país.

Com informações da HispanTV,
Da redação do Vermelho