Mantega: o Brasil pode dobrar a renda per capita em 15 anos

As declarações foram dadas durante a abertura do 10° Fórum de Economia que a Fundação Getulio Vargas promoveu em São Paulo (SP) em parceria com a Fiesp, o Iedi e o Dieese. O tema do encontro foi Estratégias para Dobrar a Renda Per Capita do Brasil em 15 Anos. “Para dobrar em 15 anos, precisa de muita estratégia. É uma meta ambiciosa, que poucos países conseguiram atingir nesse período de tempo”, disse o ministro.

Guido Mantega

Apesar do Relatório Trimestral de Inflação, do Banco Central (BC), divulgado nesta segunda-feira (30), ter reduzido a projeção de crescimento da economia, este ano, de 2,7% para 2,5%, o ministro ministro da Fazenda Guido Mantega mantém o otimismo e diz que a situação da economia tem melhorado. "Como houve um bom resultado do segundo trimestre, pode ser até que a gente consiga um pouco mais. Mas, por enquanto, é melhor ficarmos com os 2,5% e ver o que acontece. Estou tendo indicações de que a situação econômica está melhorando gradualmente", disse.

O otimismo de Mantega refere-se também ao longo prazo. Ele estimou que haverá um crescimento de 40% no Produto Interno Bruto (PIB) per capita entre 2013 e 2022, chegando ao valor de R$ 30 mil ao fim do período. Para isso, disse, seria necessária uma elevação de 4% no PIB, em média, e o investimento teria de crescer 7% ao ano, em média. O crescimento registrado de 2003 a 2012 foi 28%, elevando o PIB per capita de R$ 16,6 mil em 2003 para R$ 21,3 mil em 2012. Nessa época, o PIB cresceu 3,6%, e o investimento teve alta de 5,7%.

Mantega traçou um panorama sobre o crescimento do PIB per capita nos últimos dez anos quando, disse, houve investimento em capital humano e não apenas em produção e infraestrutura. O novo ciclo de crescimento, destaco, será impulsionado, sobretudo, pelo investimento em infraestrutura. O governo foca no Programa de Concessões, que investe R$ 500 bilhões em setores como portos, aeroportos, rodovias, ferrovias e energia.

Ele lembrou que os leilões de energia e rodovias que estão em andamento têm como objetivo entregar a questão ao setor privado , que tem mais agilidade. “O investimento é um elevado multiplicador do PIB, é o que tem mais efeito multiplicador na economia”, declarou. Para viabilizar investimentos, o país adotou medidas de redução de custo. O câmbio foi desvalorizado para favorecer o custo dos insumos, o país reduziu o custo da energia, minimizou o custo da elevação da mão de obra, por meio da desoneração da folha de pagamentos, e reduziu os custos financeiros (taxa de juros) e tributários (de impostos). Mangega  disse que, em viagem aos Estados Unidos, constatou que a confiança dos investidores no país está voltando, principalmente com os leilões de energia e rodovias. "Podemos começar a acelerar nosso crescimento, mesmo porque as condições adversas da economia internacional estão melhorando. Elas vinham atrapalhando muito."

Com informações da Agência Brasil