Colômbia: 416 pessoas migram por ameaça de grupos paramilitares

Números oficiais da Defensoria do Povo da Colômbia – órgão constitucional que zela pela promoção, exercício e divulgação dos direitos humanos dentro do Estado – indicam que 416 pessoas, entre elas 178 menores, do departamento (equivalente a estado) de Santander foram obrigadas a se deslocar por conta das ameaças de integrantes de grupos paramilitares, que disputam o controle da zona rural para operações relacionadas ao narcotráfico. 

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Após o acompanhamento humanitário, a Defensoria do Povo Regional Norte de Santander evidenciou o massivo deslocamento interno de populações da região. Segundo apuraram, cerca de 100 famílias foram obrigadas a deixar suas casas por conta da ação violenta dos grupos paramilitares conhecidos como “Urabeños” e “Los Rastrojos”, que utilizam o local como corredor para o tráfico de drogas e contrabando de combustíveis.

Por esse motivo, o defensor do povo, Jorge Armando Otálora Gómez, reiterou seu chamado para que a Força Pública retome o controle da zona dominada há cinco dias pelos grupos fortemente armados.

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Os deslocados foram transferidos para albergues montados no Centro de Migração e Centro Vida, em Cúcuta. Contudo, com a chegada de outras nove famílias os abrigos começam a registrar superlotação e, por isso, outra unidade de apoio deve ser aberta em San José, capital de Santander.

Carmen Ligia Galvis, também da Defensoria, assinalou que as autoridades do departamento confirmaram que a presença desses grupos armados continua mesmo com a presença da Força Pública.

Los Rastrojos” e “Urabeños” extorquem a população local de maneira sistemática. Recentemente, moradores denunciaram para a Agência de Imprensa Rural que os paramilitares assassinaram pessoas inocentes. "Estamos abandonados pelo Estado, as autoridades chegam e acompanham-nos quando se apresentam certos casos, mas depois ficamos outra vez sozinhos", manifestaram.

Théa Rodrigues, da redação do Vermelho,
Com informações da Defensoria del Pueblo de Colômbia