Mais de 40 países pedem o fim do bloqueio a Cuba na ONU

Durante a 68ª Assembleia Geral das Nações Unidas, mais de 40 países defenderam a suspensão do bloqueio norte-americano a Cuba, que persiste há mais de meio século. Chefes de Estado criticaram duramente o cerco ao país caribenho, considerando tal atuação dos EUA como “uma herança da guerra fria”. Desde 1992 a Organização das Nações Unidas (ONU) solicita a interrupção do cerco à ilha e, por isso, muitos mandatários classificaram o bloqueio como “ilegal” em seus discursos.

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No ano passado, a resolução contra o embargo foi aprovada pela 21ª vez na ONU, com 188 votos a favor, três contra e duas abstenções. No mesmo sentido, neste ano, a questão do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto a Cuba esteve entre os temas mais tratados da reunião celebrada em Nova York.

Nesta terça-feira (1º/10), último dia de debates na Assembleia Geral, Nicarágua, Santa Lúcia, Granada, Suriname, Barbados, Síria e Guiné se somaram a demanda exposta anteriormente por representantes da América Latina, África, Oceania e Europa.

Em seu discurso, o presidente boliviano, Evo Morales, qualificou as sanções contra a ilha como "genocídio" e criticou também o governo norte-americano por ignorar as resoluções da Assembleia Geral sobre o tema.

Para os mandatários de El Salvador, Mauricio Funes; Gana, John Mahama; e Trinidad e Tobago, Kamla Persad-Bissessar, o embargo é uma conduta do passado. “O povo cubano, como todos os povos do mundo, tem direito a buscar seu desenvolvimento e bem estar por meio de uma completa integração”, afirmou Funes diante dos representantes de 193 países.

Por sua vez, o primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalvez, disse que o cerco da Casa Branca é “uma vingança míope”, que provocou perdas milionárias e um severo dano social, impactado na saúde e educação do país comandado por Raúl Castro. “Todas as pessoas com um pensamento lógico exigem o fim do bloqueio”, afirmou.

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O primeiro-ministro de Antígua e Barbuda, Winston Spencer, também afirmou que rechaça a aplicação unilateral e extraterritorial de leis coercitivas e medidas contrarias ao direito internacional. Enquanto o presidente da Gâmbia, Hadji Yahya Jammeh, chamou as medidas de Washington de “desumanas, injustas e flagrantes” e advertiu que não carecem de justificativa alguma.

Também o presidente de Timor-Leste, Taur Matan Ruak, solicitou o fim do cerco que causou perdas multimilionárias e um forte impacto nos setores sociais cubanos. “Trata-se de uma medida que não está em sintonia com a realidade”, apontou.

Ao longo da jornada, várias intervenções no debate geral consideraram tal cerco um obstáculo ao desenvolvimento de Cuba, além de uma violação do direito internacional.

Da redação do Vermelho,
Com informações da Prensa Latina