Médico palestino formado em Cuba participa do Mais Médicos

No contexto do programa Mais Médicos, do Governo Federal, um médico palestino, Tarek Abuiada, que se formou em Cuba, deu entrevista ao Portal Terra nesta semana. Abuiada esteve antes no Haiti, em 2010, durante o terremoto devastador, e começou a trabalhar na cidade de Esteio, no interior do Rio Grande do Sul.

Abuiada disse que se impressionou com a figura de um “agente comunitário”, e que ao chegar, teve sua concepção sobre o Brasil alterada positivamente. “Acho que temos que nos esforçar muito para levar nossa assistência médica à população mais carente e necessitada”, disse o médico palestino, quando chegou ao Rio Grande do Sul, em setembro.

“Antes de entrar no curso de acolhimento, cada médico já tinha na sua cabeça as ideias de como vai trabalhar, então eu estava pensando que teria que levantar o número de grávidas, fazer as visitas familiares, fazer o acompanhamento, mas descobri que os agentes comunitários já faziam isso tudo… a única coisa que falta é o médico”, disse Abuiada.

De acordo com o portal, os funcionários do posto de saúde em que começou a trabalhar o médico palestino formado em Cuba se diziam impressionados com sua capacidade de manejo e elogiavam a forma humanizada de atender as pessoas.

Apesar das condições de opressão histórica e de um conflito que provoca tanta revolta, Tarek resolveu dedicar sua vida as causas humanitárias. Aproveitou a oportunidade de estudar em Cuba e resolveu ajudar no Haiti.

“Os estrangeiros que estão aqui tem um perfil ideológico solidário, de querer trabalhar, de ajudar a população carente e de baixa renda”, conta o palestino, que pagou do próprio bolso a passagem para o Haiti, onde junto com profissionais espanhóis trabalhou ajudando os feridos na tragédia.

Para ele, ser médico é quase uma forma de vida, e diz que na cidade de Rivera, no Uruguai, onde vivia antes de entrar no programa Mais Médicos, sua casa parecia mais um consultório que uma residência. A esposa de Tarek é uma gaúcha que ele conheceu em Cuba, e ambos foram selecionados para o programa do Governo Federal e enviados ao Rio Grande do Sul.

“Falei em uma entrevista que tinha vindo para ajudar, mas nos comentários algumas pessoas diziam que eu estava sendo pago para isso, outro dizendo que tinha que ajudar a Palestina… minha carga horária é de oito horas diárias, mas trabalho de noite atendendo quem não pode vir, minha casa em Rivera parecia uma clínica, nunca neguei e nunca vou negar atendimento”, disse.

Com informações do Portal Terra