EUA descuida de assuntos internos mas prejudica outros povos

O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Diosdado Cabello, opinou nesta sexta-feira (4) em Moscou, na Rússia, que os Estados Unidos descuidam de seus assuntos internos, como a crise orçamental atual do Governo, para intervir em outros países e prejudicar os povos.

Estou convencido de que os graves problemas orçamentais que (o presidente dos Estados Unidos, Barack) Obama enfrenta se converteram em um bumerangue, frente à ingerência obsessiva nos assuntos de outros Estados, e a Síria é um caso, declarou Cabello a uma pergunta da Prensa Latina.

Chamou a atenção para o fato de que Obama deixou claro que os Estados Unidos se reservam qualquer decisão em temas energéticos, antecipando o que poderia fazer em caso de uma crise nessa esfera, a qual, advertiu, se desencadearia nos próximos anos devido ao elevado consumo em que se baseia a sociedade estadunidense.

Cabello, que conclui amanhã sua primeira visita oficial à Rússia, manifestou esperanças em que assuma, nos Estados Unidos, "outro presidente, com consciência, e diferente", que mude a mentalidade de seus cidadãos, parecido com as mudanças que tem conseguido em pouco tempo o papa Francisco, comentou.

"Preocupa-nos que os Estados Unidos possam dar um golpe de Estado contra o Sumo Pontífice, porque foi o primeiro que levantou a voz no mundo e pediu a paz", opinou Cabello.

Perguntou-se, em seguida, quando um Papa tinha pedido a paz diante do império que acredita ser o maior e mais poderoso do mundo.

"Francisco pediu para orar pela paz, os outros papas mantiveram-se calados. É prova de que as coisas estão mudando", exteriorizou em seus comentários.

Sobre os resultados da visita, que considerou extraordinários, anunciou a viagem a Caracas do ministro russo de Defesa, Serguei Choigu, que será recebido pelo presidente Nicolás Maduro.

Temos uma relação muito estreita com a Rússia e acho que as reuniões realizadas têm servido para revisar os acordos bilaterais, sublinhou, depois de pontualizar que viajou a Moscou como membro da Revolução que está em marcha, conduzida por Maduro.

Cabello realizou uma conferência nesta sexta, na Academia Diplomática da Rússia, sobre o legado do falecido presidente Hugo Chávez e a história recente da Venezuela.

Os tempos de Chávez permitem-nos revisar como era a Venezuela há 15 anos e como começou a ser desde o momento de sua chegada à presidência, declarou o político, depois de relembrar a situação crítica que o país sul-americano viveu e as mudanças promovidas pelo líder bolivariano em favor dos setores mais pobres e esquecidos.

Considerou fundamental esse tipo de encontro (em Moscou), "onde os povos se encontram e têm a oportunidade de fomentar amizades reais, sinceras, transparentes, onde os povos se conhecem, se respeitem".

É o que tem ocorrido nesta visita à Rússia, concluiu o presidente do parlamento venezuelano.

Fonte: Prensa Latina