Rússia descarta negociação com terroristas e mercenários na Síria

O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, descartou neta terça-feira (8) negociações com grupos terroristas e pediu pela conscientização do perigo que eles representam para a estabilidade de toda a região do Oriente Médio e do norte da África.

Lavrov afirmou, em entrevista exclusiva à emissora de televisão internacional Russia Today, que a posição de não negociar com os extremistas e radicais parte de uma convicção não só do governo russo como também dos Estados Unidos.

Não podemos negociar com essas pessoas, que estão se aproximando da Al-Qaida, disse o chanceler enfaticamente ao explicar que o diálogo apenas seria possível com aqueles setores que optaram por uma Síria soberana, íntegra territorialmente, secular, multiétnica e multiconfessional.

Assinalou que muitos daqueles que combatem na Síria fazem isso em favor dos islamistas radicais, procedentes inclusive de vários estados europeus.

Lavrov comentou que a verdade e a tomada de consciência sobre o perigo dos grupos radicais ganha força, e isso se evidenciou na recente reunião realizada com seu homólogo estadunidense, John Kerry, apontou.

Nesse sentido, o chefe da diplomacia russa considerou crucial que a conferência sobre a paz na Síria, programada para novembro em Genebra, conte com uma conjugação adequada dos setores de oposição desse país árabe.

A evolução da situação e a própria vida na Síria têm mostrado claramente como os extremistas tentam ocupar toda essa vasta região, enquanto para as pessoas que fizeram uma interpretação diferente dos acontecimentos era muito difícil admitir seu erro, observou Lavrov.

O chanceler referiu-se, assim, à posição mantida por alguns sócios ocidentais dentro do chamado Grupo de Amigos da Síria, muitos dos quais, sobretudo França e Reino Unido, apostaram por armar e financiar os subversivos.

O chefe da diplomacia russa pediu novamente às forças que têm influência sobre a oposição síria que deixem de sabotar os esforços encaminhados à convocação da segunda conferência em Genebra.

A Rússia, segundo Lavrov, acredita que logo se conseguirá dar os primeiros passos para convocar a reunião, acordada em meados de setembro, após rodadas adicionais de conversas entre o chanceler russo e seu homólogo estadunidense, na cidade suíça.

O tema centra as atuais conversas entre o secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, e o enviado especial para Síria, Lakhdar Brahimi, detalhou a fonte.

O ministro afirmou que são os sírios, a partir de um consenso nacional, que devem ser posto de acordo em como cumprir o comunicado de Genebra, adotado no dia 30 de junho de 2012, face a um arranjo político do conflito e o futuro institucional do país.

Sobre o particular, Lavrov indicou que a Coalizão Nacional de forças opositoras não apresentou seu programa, e nisso está um dos obstáculos para resolver a crise mediante o diálogo, agregou.

Ontem, o chanceler russo declarou que o governo de Damasco colabora incondicionalmente com os inspetores internacionais no processo de desarmamento químico do país.

Fonte: Prensa Latina