Rússia e EUA saúdam início da destruição do arsenal químico sírio

O chanceler da Rússia, Serguei Lavrov, encontrou-se com o secretário de Estado norte-americano John Kerry, no foro da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), em Bali, na Indonésia. Nesta segunda-feira (7), Lavrov disse: “Nos pronunciamos a favor da convocatória da conferência internacional [Genebra 2, sobre a Síria] em meados de novembro”. Neste fim de semana, o governo sírio deu início ao processo de destruição do seu arsenal químico, e Kerry foi citado elogiando o “bom começo”.

Lavrov e Kerry - AP Photo

No domingo (6), um porta-voz da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPCW, na sigla em inglês), que coordena o processo de destruição das armas químicas da Síria, informou que munições e equipamentos usados para misturar e introduzir agentes tóxicos em ogivas já começaram a ser destruídos.

A primeira fase do processo deve ser concluída até o final do mês, de acordo com as informações da OPCW, e depois disso terá início a neutralização dos arsenais propriamente ditos.

“O processo começou em um tempo recorde e elogiamos a Rússia pela sua cooperação, e claro, a Síria, pelo cumprimento” do que foi acordado, disse Kerry em uma coletiva de imprensa com o seu homólogo russo, Lavrov.

"Acredito que temos de atribuir crédito ao regime do [presidente Bashar] al-Assad" pela forma como o processo arrancou, disse o chefe da diplomacia dos EUA. Após reiterar ameaças de intervenção militar contidas apenas pela iniciativa diplomática da Rússia, Kerry se disse comprometido com a busca por uma solução política ao conflito na Síria.

As declarações do ministro russo das Relações Exteriores, Lavrov, reafirmam a urgência da realização de uma conferência internacional que dialogue sobre o conflito de forma abrangente, com a participação de todos os atores envolvidos. O compromisso declarado pelo governo sírio com a destruição do seu arsenal químico e com a adesão à convenção internacional sobre o tema também ajudaram a afastar uma intervenção militar para dar lugar às negociações.

A conferência internacional vem sendo planejada e a sua realização, apoiada por diversos líderes mundiais há meses, mas a recusa da oposição armada em participar (sobretudo pela impressão de poder que obteve com o apoio político e militar do Ocidente e de países vizinhos) tem adiado a sua efetivação.

O governo sírio já reiterou em diversas ocasiões a sua disposição para participar, sem pré-condições, e a recusa em acatar a exigência da oposição sobre a demissão do governo Assad.

A Rússia e os EUA tinham concordado em celebrar uma reunião de caráter preparatório para a Conferência Internacional Genebra 2 sobre a Síria (a primeira foi realizada em junho de 2012), mas Washington cancelou o encontro unilateralmente sob o pretexto das “consultas em curso”, sobre o uso de armas químicas nas proximidades nas cercanias de Damasco, capital síria.

Com agências,
Da redação do Vermelho