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Wanderley da Silva: Unidade dos povos

Quando observamos a realidade objetiva e nela definimos nossas tarefas políticas reforçamos nossos interesses de classe, neste sentido analisar o mundo na atualidade é imprescindível a uma correta intervenção nesta realidade e sua transformação. É com este olhar que devemos analisar a conjuntura internacional.
Por Wanderley Gomes da Silva*

A realização do 13º Congresso do PCdoB se dará num quadro de crise profunda do sistema capitalista, com reflexos nas áreas econômica e social, dificultando sensivelmente as relações diplomáticas e política entre as nações, de dimensão histórica ela vem destruindo econômica e socialmente várias nações, deixando marcas profundas no mundo caracterizado num rastro de desemprego jamais visto na historia do sistema, pode-se afirmar que ela abalou os pilares do sistema capitalista.

Por sua extensão é a maior crise do sistema desde 1929 (quando ocorreu a quebra da bolsa de valores de Nova Iorque) as sequelas deste pesadelo só serão superadas com ampla mobilização dos trabalhadores em torno de uma agenda desenvolvimentista em escala mundial, tendo como perspectiva a superação do sistema capitalista e a construção da sociedade socialista.

É urgente uma onda progressista como forma de barrar esta onda conservadora que busca uma saída pela precarização do trabalho e o enfraquecimento do estado nacional, além das ameaças constantes de superação desta crise pela barbárie, pela guerra, os povos precisam se unir entorno de bandeiras progressistas tendo como centro a defesa dos direitos dos trabalhadores, do estado nacional da autodeterminação dos povos diante da possibilidade da grande burguesia mundial repetir a saída utilizada na década de trinta, ou seja; as posições de caráter nazifascistas que amadureceram as condições para o surgimento da segunda guerra mundial.

Se a recomposição geopolítica do mundo naquela época se deu através da guerra hoje não podemos desprezar esta possibilidade, afinal não podemos ignorar a presença militar dos EUA em mais de 140 países com suas 800 bases militares espalhadas pelo mundo numa evidente ameaça a soberania e a autodeterminação dos povos, exemplo recente são as constantes ameaças contra a Coreia do norte e o Irã, além da invasão a Líbia e da tentativa atual de agredir a República Árabe da Síria. Isto sem falar dos golpes de estado financiado pelo Imperialismo Americano nos últimos anos, na “Era Obama” os E.U.A mantém o estilo de continuar a intervir nos assuntos internos das nações, defendendo seus interesses através da força militar e da pressão ao invés da via diplomática. Este é o jeito estadunidense de ver, tratar e manter seu domínio no mundo.

Diante desta realidade a solidariedade deve ser a tônica das relações entre as nações, total apoio aos governos progressistas do mundo que somam esforços com os povos que lutam pela paz, na medida em que esta é uma luta de conteúdo revolucionário, por fortalecer a democracia e a luta pelo socialismo, quando lutamos pelo fim do bloqueio econômico a Cuba, pela retirada das tropas de Israel do território palestino, das tropas americanas do Iraque e do Afeganistão, defendemos a paz e o respeito à soberania das nações, todos aqueles que amam a liberdade e o progresso da humanidade diz não a guerra e sim a paz.

Diante do perigo eminente é importante fortalecer os instrumentos de articulação política, econômica, diplomática e de debate na América Latina e no mundo, instrumentos que fortaleçam as relações entre as nações norteadas pelo respeito e pela solidariedade. A valorização dos instrumentos institucionais criados pelos governos progressistas da América Latina contribui no fortalecimento de ações comuns destas nações no campo político, comercial, diplomático e financeiro, é o esforço de integrar a região de forma concreta em espaços de articulação como o Mercosul, a Unasul, Banco do Sul e o Conselho Sul- americano de Defesa instrumentos de defesa dos interesses da América Latina, isto sem falar do papel estratégico dos BRICS na economia mundial. Estes instrumentos têm sido fundamentais no desenvolvimento econômico e social, no fortalecimento da soberania nacional e no enfrentamento destas nações aos impactos da crise do sistema capitalista tanto na América Latina quanto no mundo.

Nesta conjuntura é importante fortalecer os instrumentos de articulação política que ajude a deflagra campanhas e articular grandes jornadas de luta na defesa dos interesses dos povos. Neste sentido tem papel estratégico os movimentos sociais no debate sobre a crise econômica, nos conflitos militares, na preservação do meio ambiente e na defesa da soberania e da paz entre as nações, na perspectiva de contribuir com unidade dos povos na formação de uma grande onda progressista capaz de enfrentar e derrotar esta onda conservadora que ameaça a soberania das nações.

A consciência progressista e a mobilização dos povos são as principais armas na luta política da atualidade, o fortalecimento do polo avançado é fundamental na transição a um estágio social mais avançado da humanidade, a sociedade socialista.

*Wanderley Gomes da Silva é Secretário de Organização do PCdoB-Amapá.