Evandro Siqueira: A concepção de Partido marxista-leninista
A 9º Conferência Nacional em 2003 marcou uma nova fase na vida partidária, principalmente na formação de práticas eleitorais e o desafio de transformar o PCdoB em um Partido de quadro de massas. É uma consequência desta premissa a abertura do Partido a “lutadores, populares e oportunistas”, ou seja, a membros de diversos setores e interesses.
Por Evandro Freitas Siqueira*
Publicado 09/10/2013 12:17 | Editado 13/12/2019 03:30
Nesta quadra, tornar-se indispensável fortalecer a concepção de Partido Marxista-leninista para não permitir que ideias exóginas pequena burguesa adentre nos organismos partidários como “novidade”. Com isso, não estou negando os aprimoramentos de nossos métodos que devem ser uma ação constante e permanente.
“O PCdoB é tributário de um caminho de permanência com renovação nas concepções e práticas de Partido Comunista”. (…)
“Permanência porque é fator decisivo para a identidade comunista. Renovação porque é uma exigência a desenvolver o pensamento de partido.” Walter Sorrentino
O combate ou um bom problema que está posto prioritariamente é a questão do surgimento de fração ou de um centro de direção diferente da direção dos organismos partidários. Para enfrentar este problema é imprescindível uma direção partidária presente e atuante em todos os campos da vida partidária, sendo diferente, abre caminhos para concepções equivocadas de partido.
A principal, é que o Partido seja uma espécie de “federação ou um conjunto de representações” que deva comportar “representantes” de negros, jovens, mulheres, trabalhadores, de municípios e de estados, ensejando surgimento de fração e mudança no conteúdo e de forma de partido. Equivoco que se evidência nos processos de eleições internas que aflora sentimentos de vencedores e vencidos.
Sentimento nocivo à construção partidária que não ajuda em nada, pelo contrario, fragiliza a direção, provoca cisão e fere de morte o centralismo democrático quando a unidade na ação não se efetiva.
O Partido sem dúvida deve comportar e ser a expressão de toda sociedade, mas, não de forma biônica, superficial e pragmática. Pode perder-se nas novas condições estratégicas. Ou seja, de um lado o doutrinarismo e esquematismo, de outro o pragmatismo e a perda de perspectivas de rupturas políticas transformadoras.
Portanto, crescer o Partido com quadros capazes e uma extensa militância atuante e impregnada na vida social é imperativo para fortalecer a concepção de Marxista-leninista de partido que subjetivamente expresse os sentimentos dos lutadores e sonhadores de uma nova sociedade.
*Evandro Freitas Siqueira é Presidente do Comitê Municipal de Macapá-AP.