Chanceler russo adverte contra provocação e violência na Síria 

O chanceler russo, Serguei Lavrov, afirmou haver relatórios sobre o treinamento no Afeganistão, por países terceiros, aos rebeldes que combatem o governo na Síria, com o uso de armas químicas. Lavrov deu declarações após um encontro com o seu homólogo do Kuait, Mohammad Al-Sabah, segundo o portal Russia Today, nesta sexta (11). A Organização para a Proibição das Armas Químicas, que está inspecionando o iniciando a destruição do arsenal sírio, afirmou que o governo tem cooperado bastante.

Lavrov - Reuters / Sergey Karpukhin

Para o chanceler russo, a intenção por trás do treinamento estrangeiro de rebeldes é a elaboração de novas ações que desviem a atenção na Síria. De acordo com Lavrov, o treinamento sobre o qual recebeu informações aconteceu no território do Afeganistão, mas não sob o controle do governo de Cabul.

“Alguns relatórios indicam que a Frente Al-Nusra [grupo extremista ligado à rede Al-Qaeda] está planejando contrabandear contêineres tóxicos e especialistas relevantes para o território iraquiano, para encenar ataques terroristas lá, desta vez”, disse o chanceler.

Lavrov também advertiu contra qualquer provocação possível na Síria, relacionada ao processo em curso para o seu desarmamento químico.

“Estamos observando a condução do trabalho de forma precisa, de acordo com o plano e sem qualquer obstáculo. Advertimos contra qualquer provocação”, disse.

De acordo com declarações dadas nesta terça (9) pelo diretor-geral da Organização para a Proibição de Armas Químicas, Ahmet Uzumcu, o governo sírio tem "cooperado bastante" nos primeiros passos de destruição do seu estoque de gás tóxico.

A equipe da organização que está no país desde o começo da semana visitará e avaliará cerca de 20 armazéns de armas no país como parte do acordo que o governo sírio assinou. "A cooperação tem sido bastante construtiva", disse Uzumcu.

Provocações e violência

Algumas fontes da inteligência suspeitam de que o grupo recebe ordens diretamente de um braço da rede terrorista no Iraque. Muitos países, inclusive os Estados Unidos, listam a Frente como uma organização terrorista, devido a ataques graves de explosões que organizou na Síria.

O uso de armas químicas em agosto, próximo à capital Damasco, desencadeou uma séria crise internacional, que culminou com a ameaça e a preparação dos EUA e aliados seus para usar força militar contra o governo do presidente Bashar al-Assad. A tensão foi amenizada após um acordo impulsionado pela Rússia e aceito pela Síria para destruir o arsenal químico do país.

Damasco reitera em diversas ocasiões que o ataque de agosto e diversos casos anteriores que supostamente envolveram o uso de armas químicas foram provocações das forças da oposição, opinião com a qual a Rússia afirma concordar.

Uma das explicações é o fato de o governo sírio ter estado pedindo a visita de peritos da Organização das Nações Unidas (ONU) para a investigação dos casos no país, e de uma equipe ter chego ao país poucos dias antes do ataque.

Fontes diplomáticas da Rússia chegaram a afirmar que o ataque, com gás sarin (um agente que ataca os nervos) foi uma operação especial da inteligência da Arábia Saudita, que tem apoiado a oposição na Síria abertamente. Além disso, de acordo com as mesmas fontes, a ação teria sido conduzida em conjunto com um grupo chamado Liwa Al-Islam, de origem saudita.

Com informações da Russia Today,
Da redação do Vermelho