Obama e republicanos negociam fim da suspensão do governo

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e os republicanos do Congresso norte-americano preparam-se nesta sexta-feira (11) para impulsionar as negociações sobre o orçamento federal e sobre a dívida pública do país, em contexto de crise fiscal. O governo federal está suspenso e sem funcionamento devido à disputa que impede a aprovação de um orçamento. O receio é o de o país encontrar-se, pela primeira, vez classificado como inadimplente. 

Crise fiscal - Stephen Crowley / The New York Times

Nesta quinta-feira (10), em uma reunião na Casa Branca, Obama e os republicanos não chegaram a um acordo, mas descreveram o encontro como positivo, segundo o jornal estadunidense The New York Times

A suspensão do governo entra no seu 11º dia, enquanto Obama e o vice-presidente, Joseph Biden, devem encontrar-se com todo o grupo republicano no Senado na manhã desta sexta. Os dois grupos estão em disputa sobre o orçamento, a dívida e outras políticas desde que o ano fiscal de 2014 iniciou-se, em 1º de outubro, já que não houve acordo sobre os gastos públicos.

De acordo com o New York Times, um acordo ainda se mostra esquivo, após o líder dos republicanos John A. Boehner ter oferecido uma extensão de seis semanas à capacidade dos EUA de pedir crédito, e Obama ter pressionado pelo fim da suspensão do governo.

A programação da Casa Branca nesta sexta prevê uma “consideração possível relacionada ao limite da dívida”, mas não há evidência sobre um acordo iminente entre os partidos, para que uma votação no Congresso seja realizada rapidamente, segundo o New York Times.

A dívida pública dos Estados Unidos já atingiu o seu limite, de 16,7 trilhões de dólares, e os republicanos vêm pressionando Obama para mais um aumento do teto, medida empregada quase anualmente. O presidente, por outro lado, recusa o pedido.

A disputa política, que também envolve a reforma da saúde impulsionada por Obama (e contraposta pelos republicanos), tem sido refletida pela opinião pública.

De acordo com uma pesquisa da rede NBC e do Jornal Wall Street, conduzida nesta quinta-feira (10) à noite, 53% dos entrevistados culpa os republicanos pelo impasse, e 31% culpa Obama. Apenas 24% dos entrevistados dizem ter uma opinião favorável dos republicanos.

Por outro lado, os números pareciam colocar alguma pressão sobre os republicanos, “mas Boehner precisa encontrar uma forma de satisfazer os membros conservadores radicais do seu grupo, que estão seguros em seus próprios distritos e não devem prestar atenção a enquetes nacionais”, afirma o artigo do New York Times.

“Alguns desses membros continuam a pressionar pelo adiamento e pelo rechaço da lei de reforma da saúde do presidente”, continua.

A pesquisa mostra ainda que apenas 21% dos estadunidenses vêm favoravelmente o Tea Party, importante grupo de pressão, majoritariamente conservador e que defende a redução da dívida nacional e os cortes de gastos públicos, protestando contra programas de estímulo e atos como a “reforma da saúde acessível” de Obama.

Com informações do jornal The New York Times