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José Loguercio: O que se fazer no século 21

Não há maior premência para a humanidade e o proletariado neste início de século 21 do que o fortalecimento dos Partidos Leninistas onde existem e a construção desse tipo de Partido onde não existe.
Por José Vieira Loguercio*

Já afirmei não acreditar numa frente de esquerda forte sem um Partido Comunista forte; que o bolchevismo é russo e o leninismo universal; que há uma premência mundial de Partidos Leninistas; reafirmo todas.

E quais são as principais características do leninismo necessárias ao século 21? Penso que podem ser assim resumidas:

• Manter e desenvolver a compreensão de que a ciência, a teoria, vem de fora para dentro do movimento espontâneo;

• Dotar o Partido dos mais variados instrumentos para superar o retrocesso teórico, ousando se apropriar do conceito de que, sem teoria revolucionária não há movimento revolucionário;

• Manter e aprimorar sempre mais o ‘sistema de comitês’ para as decisões importante e o controle de seus desdobramentos; relegando ao ‘sistema de comandos’ as decisões secundárias;

• Insistir que o Partido Leninista em cada nação tem que ter a cara e o jeito de seu povo, e cada uma tem um caminho particular para chegar ao socialismo;

• Saber que a força do Partido reside em ser de massas, contemplando toda a diversidade de cada povo e de sua classe operária, trazendo para suas fileiras todas as suas principais lideranças e, simultaneamente, tem que ter uma espinha dorsal constituída de quadros – os mais fiéis na defesa dos interesses do povo e da classe operária e os mais resolutos no domínio da teoria e da prática revolucionária;

• E, sobretudo, conduzir todas as premissas anteriores para um objetivo: conquistar e manter os poderes do Estado.

A jornada juvenil de junho no Brasil é uma prova da premência do fortalecimento do Partido Leninista. Ao contrário do senso comum, ou acadêmico, ou midiático, ou de ‘esquerda’, pouco importa, julgo que os jovens dos chamados setores médios, exigiram pelas cartolinas, MAIS Estado e não menos como propõem os neoliberais. E suas manifestações acabaram influenciando o debate e as mobilizações dos mais diversos setores do povo. Entraram em milhões de casas e milhares de bares. Queriam urgência, natural em soluções brasileiras (daí a proliferação do símbolo pátrio) para problemas que se arrastam há décadas. Cabia, como indicou a nota do presidente de 20 de junho, escutar suas reivindicações e atendê-las. Como diria Maosedung, a manifestação espontânea foi 70% positiva. Mas a teoria vem de fora do movimento espontâneo e se não for à revolucionária levada pelo Partido Leninista será outra (ou outras).

*José Vieira Loguercio é militante do PCdoB-RS.