Pré-acordo: avança o diálogo entre indígenas e governo colombiano

Depois da assinatura de um pré-acordo que permitiu levantar os bloqueios que doram feitos nas estradas, o governo colombiano e delegados de comunidades indígenas continuarão nesta segunda-feira (21) na mesa de negociações em busca de soluções aos problemas pendentes. No centro das reivindicações das comunidades estão cinco pontos: direitos humanos, territorialidade, autonomia, política mineiro-energética e política agrária e econômica.

Pré-acordo: avança o diálogo entre indígenas e governo colombiano - Ferney Meneses/El Tiempo

Oito dias depois do início do protesto social e popular, que contou com mais de 100 mil representantes de 102 povos originários e foi duramente reprimido pela força pública, no domingo (20) os indígenas avisaram que, se os diálogos não prosperarem, voltarão às estradas, segundo informaram os meios de comunicação locais.

O representante do grupo indígena Paez, Feliciano Valencia, Prêmio Nacional da Paz e candidato presidencial pelo movimento País Comum, afirmou em uma mensagem no twitter que foram desocupadas as vias "mas não nos retiramos do lugar até que o Governo cumpra com a sua palavra".

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Durante toda a jornada de ontem, o ministro do Interior Aurelio Iragorri junto a outros representantes do Ggoverno, a Defensoria do Povo e os líderes indígenas se reuniram em La María, em Piendamó, um dos lugares mais representativos para o povo Paez.

Os indígenas concordaram em desbloquear as estradas, ocupadas há quatro dias em vários pontos do país, e a equipe governamental em desmilitarizar os lugares onde se encontram mobilizados. Eles saíram às ruas para pedir ao governo de Juan Manuel Santos o cumprimento de 96 acordos contemplados no Plano de Desenvolvimento Nacional.

"Queremos recuperar o território, porque precisamos de educação e saúde, fazer uma proposta frente aos Tratado de Livre Comércio e o processo de paz", expressou recentemente à agência Colprensa, o  representante da Associação de Cabildos Autônomos de El Tolima, Claudio Poloche.

A mobilização, que começou de maneira pacífica, foi ganhando força em mais de 20 departamentos (estados colombianos) apesar das arremetidas do Exército e do Esquadrão Móvel Antidistúrbios com balas de borrachas, gás lacrimogêneo, canhões de água e inclusive com armas de fogo, deixando mais de 100 feridos, vários deles em estado grave.

Ontem, a Organização Nacional Indígena denunciou também as ameaças de grupos paramilitares contra os líderes do protesto, declarados alvo militar se não abandonassem em 24 horas a manifestação.

Da redação do Vermelho
Cm informações da Prensa Latina