Desigualdade em Jerusalém empobrece e ameaça palestinos

Um relatório publicado pela organização europeia de defesa dos direitos humanos no Oriente Médio (Euro-Mid Observer), em colaboração com a organização Europeus por Jerusalém (Europeans for Al-Quds) revelou que um terço das casas palestinas na Jerusalém ocupada está em risco de ser demolida pelas autoridades israelenses, porque não têm as “permissões de construção” emitidas pela administração civil de Israel, enquanto as colônias judias em territórios palestinos continuam a ser expandidas.

Demolição de casa palestina - Alray

No final de agosto, o Comitê Financeiro do Conselho da Cidade de Jerusalém, gerido pelas autoridades israelenses, aprovou um novo orçamento que incluiu a construção de mais 1.500 unidades habitacionais para colonos israelenses na cidade ocupada.

No mesmo mês, tratores nivelaram terras palestinas no bairro de Al-Tur, em Jerusalém Leste (porção palestina da cidade, segundo o consenso internacional), para a construção de um “parque nacional israelense”.

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A guerra demográfica de Israel contra os palestinos é contínua. As autoridades da ocupação alocaram apenas 13% da terra de Jerusalém Leste para a construção palestina. “Ao menos 93.100 residentes palestinos estão ameaçados de deslocamento porque vivem em estruturas sem uma permissão” das autoridades civis, de acordo com o relatório.

A organização Euro-Mid ressaltou que os níveis de empobrecimento notados pela Organização das Nações Unidas (ONU) em Jerusalém Leste aumentou de 64%, em 2006, para 78% em 2012. “Essa pobreza profunda”, afirma o relatório, “está assentada no alto nível de desemprego que afeta 40% dos homens palestinos e 85% das mulheres palestinas em Jerusalém”.

Ressaltando a discrepância entre os salários dos palestinos e os dos israelenses, o relatório afirma que apesar de enfrentar os mesmos custos de vida que os israelenses, o salário mensal médio dos palestinos que moram em Jerusalém Leste e trabalham em Israel, ou nas colônias, é menor do que a metade do salário mensal em Israel.

Além disso, as autoridades israelenses fecharam mais de 30 instituições que costumavam servir como maiores fornecedoras de serviços públicos aos palestinos em Jerusalém. Israel ignora os pedidos frequentes da ONU pela reabertura dessas instituições.

Com Middle East Monitor,
Da redação do Vermelho