Enviado da ONU adverte sobre risco global da crise na Síria

O enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, assegurou nesta segunda-feira (21) que a crise no país árabe “é muito perigosa para a região e para o mundo”. A afirmação foi feita ainda no ambiente de incerteza sobre a realização de uma conferência internacional que discuta uma solução política ao conflito armado que já dura quase três anos.

“A crise na Síria é muito grave e perigosa, não só para o povo sírio, mas também para a região e para o mundo, igualmente. Creio que todas as pessoas que se ocupam dos assuntos da região concordam unanimemente que a crise no país é a mais grave no mundo, e que ameaça a paz e a estabilidade mundial”, afirmou Brahimi.

          Foto: EFE
      
           O enviado da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, e o ministro iraquiano de Relações
           Exteriores, Hoshiar Zebari, em Bagdá.

O diplomata deu uma coletiva de imprensa conjunta com o ministro iraquiano de Relações Exteriores, Hoshiar Zebari, em Bagdá, capital do Iraque. “A comunidade internacional atua demasiado tarde para oferecer apoio e resolver a crise do povo sírio”, completou.

Brahimi chegou ainda nesta segunda a Bagdá para fomentar o apoio às negociações que buscarão uma solução aos distúrbios na Síria, já que o Iraque havia se declarado contrário ao isolamento do governo de Bashar Al-Assad pela comunidade internacional (inclusive no seio da Liga Árabe) e a uma possível intervenção militar.

No dia anterior, durante um encontro com o secretario-geral da Liga, Nabil al-Arabi, no Cairo, capital egípcia, Brahimi declarou que, para celebrar a Conferência Internacional Genebra 2, é necessária a presença da oposição síria credível.

Autoridades de alguns países árabes e ocidentais preparam-se para uma reunião com os líderes da oposição ao governo sírio em Londres, capital britânica, para convencê-los a participar da conferência.

O governo do presidente Bashar Al-Assad, além de já ter confirmado a sua assistência, sem condições prévias, já havia convocado a oposição para um diálogo político interno para negociar uma solução para a violência.

Apesar disso, entretanto, o governo também afirma que não negociará com os grupos armados que atuam no país, muitos compostos por mercenários estrangeiros e islamitas, com o apoio financeiro, bélico e político de países vizinhos e ocidentais.

Com HispanTV,
Da redação do Vermelho