Ainda há refugiados desaparecidos após naufrágio no Mediterrâneo

Depois de mais de 10 dias, dezenas de refugiados palestinos e sírios que se afogaram em um naufrágio perto da costa italiana continuam entre os destroços do barco, segundo o Observatório Euro-Mid para os direitos humanos, em informações desta terça-feira (22). O acidente tem sido divulgado pela mídia internacional devido ao grande número de vítimas (mais de 300 pessoas mortas), após o barco com migrantes e refugiados ter virado próximo à ilha italiana de Lampedusa.

Resgate na Itália - Reuters

A organização entrou em contato com parentes que afirmam que ao menos 100 pessoas ainda não foram encontradas. “As autoridades italianas fracassaram em retirá-las [dos restos do barco naufragado]”, diz o comunicado da Euro-Mid.

As autoridades, citadas pela organização, afirmaram que o orçamento que receberam para a operação, 30 milhões de dólares, é insuficiente.

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A Euro-Mid acusou a Itália de violar os princípios internacionais dos direitos humanos, e disse que a situação é completamente inconsistente com os padrões internacionais. “Demonstra claramente o fracasso das autoridades italianas para lidar com os refugiados de forma humanizada”.

A Itália também é acusada de recusar a recolha de amostras de DNA para o processo de identificação. De acordo com a Euro-Mid, isso é uma forma de discriminação, assim como a forma que os corpos descobertos foram enterrados.

Os refugiados que sobreviveram ao naufrágio foram impedidos de participar da cerimônia de enterro das vítimas em Lampedusa e na ilha de Malta. Parentes não foram permitidos realizar rituais religiosos para os seus familiares, o que de acordo com a Euro-Mid, é outra forma de violação de um direito humano básico.

De acordo com o primeiro-ministro palestino, Rami Hamdallah, citado pela agência palestina de notícias Wafa, na semana passada, o governo segue de perto o desenrolar da questão, principalmente devido aos refugiados palestinos entre os mortos, após deixarem a costa da Líbia.

Hamdallah expressou tristeza, na ocasião, e homenageou os refugiados palestinos que deixavam a Síria, onde viviam, para fugir de outra situação de instabilidade e violência. O premiê também instou a Organização das Nações Unidas e a comunidade internacional a fornecerem ajuda aos refugiados.

No início do mês, quando o acidente aconteceu, o Alto Comissariado das Nações Unidas estimou que havia 500 passageiros no barco, supostamente da Eritreia, proveniente da Líbia.

Com agências,
Da redação do Vermelho