Bloqueio a Cuba mostra que ONU precisa mudar, afirma Venezuela

A manutenção do bloqueio dos Estados Unidos contra Cuba, apesar da rejeição quase unânime da comunidade internacional, demonstra a necessidade de reformas na ONU, afirmou nesta sexta-feira (25) o representante venezuelano do órgão, Samuel Moncada.

Em entrevista à Prensa Latina, o diplomata recordou que Washington tem ignorado o protesto mundial emitido por 21 anos consecutivos na Assembleia Geral das Nações Unidas, que na próxima terça-feira (29) votará um novo projeto de resolução sobre o fim desse cerco imposto há mais de meio século pelos Estados Unidos à ilha.

Leia também:
Há 51 anos os EUA impunham bloqueio a Cuba

“A Assembleia é uma reunião de todos os países soberanos do planeta, uma entidade sem precedentes na história quanto a representatividade, desconhecer suas decisões põe em evidência a urgência de mudanças”, advertiu.

Desde 1992, a plenária dos membros da ONU — que já somam 193 — tem respaldado de maneira categórica documentos que pedem o levantamento do bloqueio, demanda apoiada por mais de 180 estados nos últimos sete anos, com a isolada oposição de duas ou três nações sempre influenciadas pelos EUA.

“Os Estados Unidos debocham da comunidade internacional com uma postura que tem como sustento seu direito ao veto no Conselho de Segurança, um problema estrutural herdado do mundo existente do pós –guerra, ou seja bem diferente do atual contexto”, expôs o embaixador da Venezuela.

Segundo Moncada, diante deste cenário, as sanções econômicas, comerciais e financeiras aplicadas a Cuba por sucessivas administrações estadunidenses são um claro exemplo de que devem ser realizadas transformações na ONU e em seu Conselho de Segurança, para que cumpram sua função de garantir a justiça.

Para o diplomata, o cerco imposto à Ilha pela Casa Branca, além de ilegal e desumano, é "uma loucura profundamente imoral". "Uma assembleia planetária, como a Assembleia Geral, vota quase em sua totalidade pelo levantamento do bloqueio, e os Estados Unidos a ignoram; no entanto, o Congresso desse país aprova uma lei para endurecer o bloqueio e quer que seja universal, uma verdadeira loucura e imoralidade", sentenciou.

“Leis como a Helms Burton, de 1996, provam a imoralidade, porque violam a soberania de todos os outros países, ao castigar a quem desde terceiras nações fazem negócios com a ilha”, sentenciou.

Moncada opinou que tais incongruências com o direito internacional explicam a rejeição maioritária ao cerco contra Cuba.

"Até os melhores aliados dos Estados Unidos, que o seguem em outras situações, nesta (o bloqueio) não o acompanham", ilustrou.

Fonte: Prensa Latina