Fórum bilateral insta China e Japão a estabilizarem relação

Uma relação estável entre a China e o Japão é do interesse dos dois países, da Ásia e do mundo, afirmaram os participantes do Fórum Pequim – Tóquio, neste domingo (27). A conclusão do encontro foi um consenso de que os países precisam comprometer-se com maneiras pacíficas de resolver disputas e problemas.

China e Japão - Zou Hong / China Daily

Autoridades, diplomatas e acadêmicos dos dois países asiáticos reuniram-se em Pequim, neste fim de semana, para tentar encontrar soluções para o impasse nas relações entre a China e o Japão.

Os participantes concordaram que os interesses compartilhados devem ser mantidos, as relações instáveis, melhoradas, e a situação deteriorante e os sentimentos de confronto entre os dois países devem ser controlados.

No contexto da disputa territorial, a prioridade máxima é conduzir diálogos atempados e negociações, alcançar um acordo através de meios pacíficos e estabelecer um mecanismo de gestão de crises e um permanente que ajude a evitar fricções acidentais, ou até conflitos militares.

O ex-primeiro-ministro o Japão, Yasuo Fukuda disse que uma relação estrategicamente benéfica entre a China e o seu país é altamente significativa. “Os dois países devem encontrar uma solução aos problemas em seus laços”.

O Japão deve lidar com a sua história apropriadamente quando formar a sua diplomacia, continuou Fakuda. Ao fazê-lo, poderá sobreviver na comunidade internacional; do contrário, será isolado.

Zhao Qizheng, ex-presidente do Comitê de Relações Exteriores da China e antigo ministro do Departamento de Informação do Conselho de Estado, considerou o consenso de Pequim como um apelo das maiorias.

“O consenso deveria se tornar uma força motivadora para a relação criar melhores condições”, disse Zhao. “Espero que isso se torne uma ação concertada”.

Embora mais de 70% dos chineses e japoneses esperam a melhora da relação bilateral, mais de 90% tem sentimentos negativos em relação ao outro, de acordo com uma pesquisa de opinião de agosto, realizada pelo jornal China Daily e pela organização japonesa sem fins lucrativos The Genron NPO.

O China Daily e a Genron NPO iniciaram o Fórum Pequim – Tóquio em 2005, quando as relações entre a China e o Japão foram tensionadas pelas visitas frequentes do então primeiro-ministro japonês Junichiro Koizumi ao controverso santuário Yasukuni, xintoísta, com referências a oficiais japoneses que cometeram crimes de guerra durante a Segunda Guerra Mundial, especialmente contra chineses.

Entretanto, o atual premiê japonês, Shinzo Abe, em entrevista ao Wall Street Journal, disse que o Japão está pronto para ser mais assertivo, porque “há receios de que a China esteja tentando mudar a situação através da força, ao invés do direito”, embora o governo chinês reitere sua preocupação com o posicionamento japonês frequentemente.

Além disso, Abe fez declarações similares ainda no domingo, de acordo com a agência japonesa de notícias Kyodo. Em um discurso às forças terrestres de autodefesa do Japão, o premiê disse que elas são o poder dissuasor do país, e reiterou o empenho pela discussão da base legislativa do país, cuja “autodefesa coletiva” é proibida pela Constituição.

Por outro lado, as autoridades chinesas advertiram as forças estrangeiras que mantém aeronaves e navios militares na região em que o Exército chinês realiza exercícios navais, no oeste do Oceano Pacífico.

Com informações do jornal China Daily