Novo laudo diz que óleo que atingiu Paranoá não era do Hran

Dois dias após a confirmação da semelhança entre a substância encontrado no espelho d’água e o combustível da caldeira do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), um novo teste químico contesta o laudo oficial, emitido pelo Laboratório de Materiais Combustíveis da Universidade de Brasília (UnB).

A empresa responsável pela manutenção e pela operação das máquinas, a Técnica Construção, Comércio e Indústria Ltda., pediu a um laboratório particular para fazer o exame comparativo, e o resultado diverge do apresentado pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh).

O relatório divulgado ontem afirma que “a análise das amostras coletadas no lago e na caldeira do Hran mostraram divergências que comprovam que o óleo da caldeira não foi o responsável pela mancha que apareceu no Paranoá, no Iate Clube de Brasília. A evidência está no solvente benzeno, presente no óleo BPF OC-2A (que abastece a máquina), que não está presente nas amostras de água coletadas e analisadas do lago, aparecendo apenas em uma das amostras sólidas com uma concentração de 137,1295mg/l, aproximadamente 45% superior à amostra original”. Segundo o documento, outra evidência é a presença de tolueno no lago, sendo que este solvente não aparece no combustível BPF nem na caixa de contenção do hospital.

Para o engenheiro Jair Rodrigues da Costa, proprietário da Técnica, o resultado comprova que a substância poluidora não é proveniente da unidade de saúde. “Esse laudo serviu de base para rechaçar qualquer dúvida de que saiu da caldeira. Precisaria de 60ºC para o combustível escorrer daquele jeito. Não me oponho à análise da UnB, mas a diferença básica é que a universidade pediu as semelhanças entre os óleos, já a Secretaria de Saúde e nós pedimos as discrepâncias para comparar”, argumenta.