O mês termina, mas a prevenção continua

Empoderadas. Lindas. E com a autoestima recuperada. Assim estavam 30 mulheres, que passaram pela mastectomia, durante o Desfile das Vitoriosas, realizado no início da tarde de hoje na Rodoviária do Plano Piloto.

A ação encerrou as atividades em alusão ao Outubro Rosa, movimento mundialmente conhecido pela luta contra o câncer de mama, destacando a importância da prevenção em relação à doença.

Com a ação, a Secretaria de Estado da Mulher, em parceria com demais órgãos de governo e entidades como a ONG Recomeçar e a Femama, encerra as atividades do Outubro Rosa 2013. "Pelo terceiro ano consecutivo, organizamos, no âmbito do DF, essa emblemática mobilização global contra o câncer de mama. E os resultados foram os melhores possíveis", avalia Olgamir Amancia, secretária da Mulher.

Fazendo um retrospecto das ações, Olgamir Amancia lembra que houve a solenidade de abertura da campanha no Congresso Nacional, que teve como destaque o lançamento da exposição Recomeço, de fotos de mulheres mastectomizadas. Foram realizadas, ainda, palestras e debates, mutirões de esclarecimento e conscientização na Rodoviária do Plano Piloto e no Vale do Amanhecer, nos dias de funcionamento da Carreta da Mulher nesses locais.

A Secretaria da Mulher levou o tema também à área rural, por meio do Ônibus da Mulher, em Planaltina e Brazlândia. No último final de semana, ocorreu a Corrida da Mulher, no Eixão Norte, que, por iniciativa da pasta, passa, a partir deste ano, a integrar definitivamente o Outubro Rosa. "Fora as ações, temos o trabalho contínuo da Carreta da Mulher, que leva a prevenção até as mulheres que mais precisam dos serviços. A luta contra o câncer de mama é permanente no Governo do Distrito Federal", explica a secretária Olgamir Amancia.

Refazendo a vida

O músico Pedro Luiz Costa, casado há 14 anos, disse que a mulher está ainda mais linda após o tratamento. O câncer foi descoberto em 2009, quando ela tinha 45 anos. "Foram dois anos de tratamento intenso. No início, sentimos o medo, a fragilidade, principalmente quando ela retirou a mama esquerda. Mas a força que ela demonstrou para enfrentar a doença contagiou a todos", revela, emocionado.

Pedro conta que deixou a cargo da esposa a decisão de fazer a reconstrução mamária. "Por mim, ela continuaria do jeito que estava, pois permanecia linda, como sempre foi. Mas sei que ela tornar-se-ia uma mulher mais completa ao fazer o implante. Tenho ao meu lado uma guerreira, uma vitoriosa e uma mulher que, a cada dia, recupera a sua autoestima", conclui o artista.

Luciene Maria de Araújo passou três anos sem a mama, até fazer a reconstrução mamária em 2012. "Este desfile serve para mostrar àquelas que estão enfrentando o mesmo problema que é possível vencer a doença. Passei pela rádio e quimioterapia e hoje estou aqui. Temos que seguir em frente e não desistir da vida jamais", afirma a batalhadora e colaboradora da ONG Recomeçar.

"Fazer uma ação que envolve moda e beleza é o melhor jeito que existe para lembrar às mulheres que a prevenção ao câncer de mama é importante, e que é possível recomeçar a vida com qualidade e autoestima após a mastectomia", explica Joana Jeker, fundadora da ONG Recomeçar, mastectomizada há quase quatro anos.

"Podemos dizer, sem dúvida, que o Outubro Rosa está, a partir de agora, consolidado no DF. Todos os anos ele se repetirá como uma onda cada vez mais forte e envolvente, alertando a todos e a todas sobre a urgência das ações preventivas contra o câncer de mama. Vários setores da sociedade contribuíram para isso e continuarão contribuindo", finaliza Olgamir Amancia.