Russia reforça frota do Mediterrâneo com navios importantes

A presença no mar Mediterrâneo de dois vasos de guerra importantes da marinha russa ratifica a vontade expressa pelo chefe da armada do país euro-asiático, almirante Víctor Tchirkov, de evitar qualquer ameaça contra as fronteiras do Estado.

Tchirkov reiterou que Moscou fortalecerá sua frota na região até o limite de sua suficiência para satisfazer a tarefa assinalada.

A missão está totalmente clara, impedir qualquer ameaça para as fronteiras e a segurança do Estado, reiterou o militar aos meios de comunicação durante uma visita à cidade de São Petersburgo.

A recente entrada no Mediterrâneo do vaso de guerra da Frota do Pacífico mais importante, o cruzador porta mísseis Variag, e a belonave de propulsão nuclear mais poderosa do país, o Pedro, O Grande, reiteram o propósito de reforçar a presença russa na região.

Fontes da Marinha informaram que a tripulação do Variag, chamado "caçador de porta-aviões", cumprirá diversas tarefas, algumas em colaboração com o grupo conjunto de vasos de guerra da Marinha russa, deslocados para a região.

Román Mártov, porta-voz da Frota do Pacífico, disse à agência Interfax que após atravessar o canal de Suez e entrar nas águas do Mediterrâneo, o Variag deverá ancorar e lançar amarras no porto egípcio de Alexandria, para reabastecer e dar descanso a seus tripulantes.

Visitará, ainda assim, alguns portos dos países da área e assumirá o comando das unidades da Frota do Pacífico mobilizadas no Mediterrâneo, em substituição ao cruzador e porta-mísseis Moscou.

O porta-voz lembrou que nos últimos meses o Kremlin dirigiu para aquela região um grupo naval de 10 navios, entre os quais estão o destróier Smetlivi e os porta-aviões Chabalin, Novotcherkask e Minsk.

O navio cruzador de propulsão nuclear e destaque da Frota do Pacífico, Pedro, O Grande, zarpu em 22 de outubro da base dessa frota em Sieveromorsk.

As fontes destacaram que apesar das complicadas condições meteorológicas, a unidade cruzou o estreito de Gibraltar e singrou pelo Mar de Alborão, a extremidade mais ocidental do Mediterrâneo, cercada ao norte pela Espanha e ao Sul pela costa africana de Marrocos e Argélia.

Durante essa viagem de mais de 3 mil milhas náuticas (cerca de 6 mil quilômetros) os efetivos do Pedro, o Grande, realizaram com êxito dezenas de exercícios de treinamento, que incluiram defesa antiaérea e operações antissubmarinas, agregaram.

Questionado sobre a presença permanente de unidades da Marinha russa nas cercanias da Síria, Tchirkov afirmou que todas as frotas do mundo têm a prática de estar presentes onde a tensão é sempre crescente.

Todos esses vasos de guerra atuam em consonância com o plano operacional do comando para as zonas marítimas longínquas e cumprem com as normas do direito internacional, esclareceu.

Anteriormente, o chefe da Marinha declarou que Moscou poderá incorporar, caso necessário, submarinos nucleares a sua esquadra no Mediterrâneo.

O almirante agregou que a partir deste ano as unidades de tal destacamento serão realocadas com base no rodízio de unidades das frotas dos mares Negro, Báltico e do Norte, e inclusive do Oceano Pacífico em certos casos.

Segundo o alcance e a complexidade dos objetivos planejados, o número de barcos poderá aumentar, agregou.

Ele também afirmou que esse grupo cumprirá missões nos oceanos Atlântico e Índico, caso necessário, embora sua zona fundamental de ação seja a do Mediterrâneo.

O almirante lembrou a etapa compreendida entre 1967 e 1992, quando a União Soviética manteve em operação a chamada Quinta Frota do Mediterrâneo, integrada de 30 a 50 navios de combate, para neutralizar a Sexta Frota estadunidense.

Admitiu, ainda assim, a possibilidade de que da mesma forma que na época soviética o destacamento seja reforçado com submarinos de propulsão nuclear.

Fonte: Prensa Latina