Projeto de Indicação de Evaldo Lima leva capoeira às escolas
Pensando em juntar a cultura, esporte e educação, o vereador do PCdoB, Evaldo Lima, apresentou o Projeto de Indicação 359/2013, que prevê a realização de oficinas de capoeira, a serem articuladas e planejadas conjuntamente pela Secretaria Municipal de Educação e a Secretaria de Cultura de Fortaleza. “É uma iniciativa que busca reforçar a Capoeira como Patrimônio Histórico-Cultural”, explica.
Publicado 05/11/2013 09:58 | Editado 04/03/2020 16:27
Segundo o vereador justifica no projeto, “a capoeira possui infinitas possibilidades enquanto ferramenta metodológica na construção de uma pedagogia social de disciplina, respeito, cultura corporal e concentração”. Além de complementar e auxiliar os alunos no respeito aos professores e às regras, a capoeira também mescla outra gama de oportunidades de contatos culturais para as crianças. “A capoeira é uma manifestação histórica essencialmente brasileira da dança, luta, jogo e ginga da matriz africana em luta contra a escravidão e defesa da liberdade. É uma ferramenta viva para repensarmos e recontarmos a História do Brasil”, diz.
No campo pedagógico, a capoeira também terá força. “A capoeira possui elementos muito ricos e que representam alternativas reais e concretas de intervenção pedagógica com crianças que se otimizam a partir de suas interlocuções, contextualização e intencionalidade pedagógica. Dentre estas a musicalidade, o movimento, o ritual e as relações interpessoais” , conclui.
O projeto de indicação de Evaldo foi destaque na sessão ordinária da última quinta-feira (31) e está em tramitação na Câmara Municipal de Fortaleza, aguardando parecer da Comissão de Legislação, Justiça e Cidadania.
Capoeira e a história do Brasil
A capoeira teve origem no século XVI, época em que o Brasil era colônia portuguesa de exploração, marcada pelo latifúndio monocultor, voltado ao mercado externo e de mão-de-obra escrava. “Ao serem arrancados de suas terras e trazidos ao Brasil, os africanos perceberam a necessidade de desenvolver formas de proteção contra a violência e repressão dos colonizadores brasileiros e do próprio sistema escravocrata”, diz Evaldo. “A escravidão por si só já configura uma extrema violência e foram muitas as manifestações de resistência negra ao trabalho escravo”, conclui.
Entre essas formas de resistência, estava a capoeira. “Os senhores proibiam os escravos de praticar qualquer tipo de luta ou atividade física dos negros porque estas práticas poderiam fomentar revoltas contra o sistema escravista. Logo, os negros escravos utilizaram o ritmo e os movimentos de suas danças africanas, adaptando a um tipo de luta. Surgia assim a capoeira, uma arte marcial sob o 'manto' de dança. A Capoeira foi, portanto, um importante instrumento da resistência cultural e física dos escravos brasileiros”, explica Evaldo.
Fonte: Assessoria do vereador Evaldo Lima (PCdoB)