Tentativa de diálogo: Camponeses se reúnem com governo colombiano

Os camponeses do departamento (equivalente a estado) de Boyacá, na Colômbia, que se somaram com força em agosto passado a uma grande greve nacional, voltarão a se reunir na quarta-feira (6) com o governo colombiano em busca de respostas às suas demandas.

O dirigente agrário César Pachón, porta-voz da organização Dignidade Agropecuária, afirmou que esperam poder discutir temas focados no comércio exterior, nesta nova tentativa de negociação.

“Faremos uma nova tentativa com o Governo para ver se desta vez cumprem. Já estamos cansados de tantas reuniões que não tiveram nenhum resultado concreto, esperamos que se comece a executar os compromissos assumidos”, sustentou ele em declarações difundidas pela emissora RCN Radio.

Pachón afirmou que desde o início do diálogo, há mais de dois meses, foi conseguido que o governo executasse decisões técnicas, mas nenhuma política, com relação ao tema da compra de batata.

No dia 19 de outubro, representantes do governo colombiano e os camponeses de Tunja chegaram a um acordo que permitiu a compra de 600 toneladas de batata para começar a paliar a crise vivida pelo setor.

"Esta é uma medida em curto prazo e apaga incêndios", assinalou o líder agrário, que agregou ainda que os camponeses continuam firmes em sua tentativa de negociar porque sabem “que uma greve prejudica todos os setores da economia”.

Espera-se que participem da reunião o ministro do Interior, Aurelio Iragorri, e membros da pasta de Comércio Exterior, “para conseguir um acordo sobre restrições às importações e fazer avançar as atas assinadas”, disse Pachón.

Paralelamente às negociações na capital de Boyacá, no país acontecem outras mesas de diálogo, uma delas entre o Estado e os camponeses que saíram em protesto, no dia 19 de agosto, em rejeição à política econômica implantada no país e aos Tratados de Livre Comércio que estão acabando com o campo, asseguram.

Os representantes da Mesa Nacional Agropecuária e Popular de Interlocução e Acordo já realizaram seis rodadas de conversa nas quais só foi abordada parte de um ponto dos seis apresentados pelos agricultores, que demandam um maior acesso à propriedade da terra e investimento social na população rural e urbana, entre outras coisas.

Há quase quatro meses os camponeses do Catatumbo, que protagonizaram em julho outro protesto que paralisou o Norte de Santander, também se encontram negociando com o Executivo, mas os avanços têm sido poucos.

Fonte: Prensa Latina