Apesar das sanções, Irã não abdica do programa nuclear pacífico

Irã não renunciará ao seu direito de enriquecer urânio sob qualquer condição, e esta posição vem sendo reiterada pelo governo enquanto o empenho pela diplomacia e o compromisso com as negociações sobre o seu programa nuclear se desenvolvem positivamente. A República Islâmica e o Grupo 5+1 (EUA, Reino Unido, França, Rússia e China mais a Alemanha) voltam a se reunir nesta quinta-feira (7) em Genebra, na Suíça, para dar seguimento às conversações.

Irã - HispanTV

De acordo com fontes do governo persa citadas pela emissora HispanTV, o Irã está disposto a discutir sobre a quantidade e o nível de enriquecimento de urânio, um dos temas centrais das negociações, já que o Ocidente alega preocupação com uma intenção bélica para o programa.

Entretanto, o governo reitera que não abdicará do seu direito, como membro da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), ao desenvolvimento de um programa de fins pacíficos, como o energético e o médico.

Além disso, uma das reivindicações dos membros ocidentais do G5+1, a transferência do urânio persa para outros países para o enriquecimento “adequado”, também é uma postura que o governo diz que não aceitará. Esta proposta havia sido feita, oficialmente, em 2010, quando a Turquia e o Brasil tentaram mediar as negociações.

Teerã agrega ainda que solicitou às partes ocidentais uma participação séria e fundamental no diálogo, pedindo comprometimento com medidas diplomáticas, em detrimento da pressão histórica manifestada pelas sanções contra o país.

As conversações nucleares seguem em curso apesar do lobby israelense e de alguns dos legisladores pró-agressão do Congresso estadunidense. Estes grupos dizem preocupar-se com as tentativas diplomáticas do governo iraniano para solucionar a questão, e tentam emperrar as negociações.

Neste sentido, o Comitê de Relações Públicas de Israel na América (Aipac, na sigla em inglês), dedicado à pressão política pró-israelense nos Estados Unidos, aumentou a sua pressão sobre o Senado para que a Casa Branca intensifique as sanções contra o Irã, aplicadas pelo país desde a Revolução Islâmica de 1979.

As medidas de pressão visam desestabilizar a indústria petrolífera e o setor financeiro iraniano, já que são aplicadas contra as exportações e os bancos do país. Em 1979, a derrubada de um regime monárquico e autocrático, apoiado pelos Estados Unidos foi respondida pelo governo norte-americano com sanções unilaterais, renovadas anualmente.

Com informações da HispanTV,
Da redação do Vermelho