Diplomacia avança e iranianos marcham contra o imperialismo

Enquanto o lobby judeu-israelense se esforça para que o governo dos EUA mantenha e intensifique suas sanções contra o Irã, as autoridades estadunidenses mostram-se contrárias a novos embargos, em uma mudança significativa da sua política. Ainda assim, milhões de iranianos saíram às ruas nesta segunda-feira (4) para protestar contra o imperialismo, quando o país comemora o Dia do Estudante, ou seja, o aniversário da tomada da Embaixada estadunidense por universitários, em 1979.

Marchas anti-imperialistas no Irã - HispanTV

O presidente do Comitê das Forças Armadas do Senado estadunidense, Carl Levin (senador democrata) assinalou na sexta-feira (1º/11) que, enquanto a Casa Branca testa a via diplomática com o Irã, o Congresso deve evitar aprovar novas sanções.

Levin disse ignorar se a nova postura adotada pelo Irã, com a eleição do presidente Hassan Rohani, são reais, mas se existe uma possibilidade, é preciso investir na diplomacia.

As negociações entre o Irã e o Grupo 5+1 (Rússia, China, Estados Unidos, Reino Unido e França, como membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, mais a Alemanha) sobre o programa nuclear persa também têm avançado construtivamente, o que contribui para a percepção generalizada do compromisso iraniano com a diplomacia.

Além disso, a cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) também se intensifica, mas as autoridades iranianas, ao mesmo tempo em que demonstram seriedade e comprometimento com os diálogos internacionais, reafirmam o seu direito legítimo e soberano a um programa nuclear pacífico, em detrimento das pressões das potências.

Marchas anti-imperialistas

O Irã comemora, nesta segunda, a manifestação contrária à intervenção política histórica do Ocidente, especialmente dos Estados Unidos. Em 1979, um grupo de estudantes universitários tomou a Embaixada dos Estados Unidos, no contexto da Revolução Islâmica que derrubou um governo monárquico autoritário, do xá Mohammad Reza Pahlavi, apoiado pelos EUA e pelo Reino Unido.

A Embaixada dos Estados Unidos havia se convertido em um centro de espionagem, sobretudo no desenrolar da Revolução.

Nesta segunda, os iranianos saíram às ruas para relembrar o acontecimento, em mais de 770 cidades do país, através de uma convocatória emitida pelo Conselho de Coordenação Islâmica do Irã. “A marcha em Teerã [capital] começará diante da Embaixada dos EUA, com a presença dos fiéis à Revolução Islâmica”, dizia o comunicado, difundido no domingo (3).

“Enquanto os países ocidentais, encabeçados pelos Estados Unidos, esforçam-se por evitar a participação massiva dos iranianos nestas manifestações, e preferem não escutar o lema ‘Morte aos EUA’, o povo iraniano sairá às ruas e reitera a sua inimizade à arrogância”.

Desde a tomada da Embaixada, todos os anos os estudantes celebram manifestações em todo o país, em que os iranianos renovem seus compromissos com a Revolução Islâmicas e rechaçam a hegemonia das potências e suas ingerências nos assuntos internos de outros países.

Com informações da HispanTV,
Da redação do Vermelho