Filme homenageia líder na luta comunista em Portugal

Sala cheia na pré-estreia do filme “Até Amanhã, camarada” no salão nobre da Assembleia da República de Portugal. O filme é baseado no romance de Manuel Tiago, pseudônimo que o homenageado, Álvaro Cunhal, assumiu publicamente em 1994. Ele foi secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP) e um dos líderes resistentes contra o Estado Novo (1933-1974) autocrático derrubado pela Revolução de Abril. O filme estreia nos cinemas portugueses nesta quinta-feira (7).

Álvaro Cunhal - PCP

Dirigida por Joaquim Leitão e produzida por Tino Navarro, a adaptação do romance que Álvaro Cunhal já trazia no bolso quando, em 1960, fugiu de Peniche, foi introduzida pelo deputado António Filipe.

“Se hoje chamamos à Assembleia da República a Casa da Democracia, devemo-lo às pessoas que deram a sua vida por ela”, declarou. “Não sei se lhe poderíamos chamar Casa da Democracia se não houvesse pessoas dispostas a dar a sua própria vida pela democracia”, reforçou o deputado, não sem antes prestar uma homenagem ao histórico comunista de quem se comemora o centenário de nascimento no próximo domingo (10).

Ainda antes do início do filme, o produtor Tino Navarro deixou algumas palavras: “Muito obrigada por aqui estarem hoje, espero que ainda saiam daqui com mais força para o que os espera lá fora”.
Em três horas, o filme, cujo argumento foi escrito pelo também produtor Luís Filipe Rocha, retrata a atuação e organização do PCP entre as décadas de 1950 e 1960, a vida na clandestinidade, a resistência ao antigo regime, a tortura e a morte. É uma homenagem àqueles que contribuíram para tornar Portugal um país livre, e conta a história de quatro militantes que reorganizaram a ação do PCP nos arredores de Lisboa e do Ribatejo.

A ação, que decorre no ano de 1944 e tem por base o romance publicado pelas Edições Avante, já tinha sido descrita pelo escritor e jornalista Urbano Tavares Rodrigues como a “humanidade profunda na austeridade de quem entrega a sua vida à causa da libertação de um povo”. Estão presentes os esforços de mobilização das massas para ações de protesto, a fome, as reuniões secretas, a vida na clandestinidade dos funcionários do partido, a distribuição do jornal Avante, a repressão e a perseguição.

O filme de Joaquim Leitão foi série televisiva na emissora SIC, em 2005. O diretor retomou as imagens e adaptou-as ao cinema, pelo que não há cenas nem imagens inéditas, mas uma montagem e uma organização das cenas e dos planos de forma diferente.

Jerónimo de Sousa, Carlos Carvalhas, Bernardino Soares, João Oliveira, Miguel Tiago, Arménio Carlos, Maria Eugénia Cunhal, assim como outros militantes e históricos do Partido Comunista não deixaram de assistir à pré-estreia. .Assista ao trailer.

Com informações do Público,
Da redação do Vermelho