Sauditas devem enviar mais armas a grupos na Síria, diz príncipe

Enquanto o governo sírio e diversos líderes mundiais, inclusive os Estados Unidos, tentam pavimentar o caminho para um diálogo político internacional sobre o conflito na Síria, o príncipe Turki al-Faisal, ex-chefe da Inteligência da Arábia Saudita, pediu o envio de mais armas para os grupos paramilitares que mantêm o país em um estado de extrema violência. A monarquia saudita vem prestando apoio direto aos chamados “rebeldes”.

Grupos armados na Síria - Reuters/Muzaffar Salman

Durante uma entrevista ao jornal The Washington Post, no fim de semana, Al-Faisal instou o governo da Arábia Saudita a enviar mais armas aos grupos que atuam no país, muitos compostos por mercenários e extremistas estrangeiros, que investiram também em atos de terrorismo.

Para o príncipe saudita, é necessário “nivelar a balança de poder” na Síria, já que o presidente Bashar al-Assad e o Exército Árabe Sírio vem conquistando importantes vitórias, tanto militares quanto diplomáticas.

Da mesma forma, Al-Faisal reconheceu que existe uma forte presença da rede Al-Qaeda e de outros grupos extremistas no país, e assegurou que, se a guerra se prolongar, outros países terão de se envolver diretamente.

A Arábia Saudita tem sido o principal provedor de armas e fundos aos grupos armados, seguindo uma política contrária a de outros países da região, como o Líbano e o Iraque, igualmente preocupados com a extrapolação da violência para âmbitos regionais. Para estes países, críticos da política da Liga Árabe, a ingerência na Síria é contra-produtiva e inaceitável.

De acordo com um recente informe do diário francês Le Figaro, as armas usadas pelos paramilitares na Síria são compradas pela Arábia Saudita por contrabandistas da Ucrânia e da Bulgária. Entre este armamento estão mísseis israelenses transferidos para a região de Damasco, onde se instalaram diversos grupos.

Entre os países que apoiam a oposição (onde são incluídos os grupos armados autores de inúmeros crimes de guerra) estão potências ocidentais como os EUA, o Reino Unido e a França, e países da região como a Arábia Saudita, o Catar e a Turquia, cujos governos afirmam abertamente o combate ao governo constitucional de Assad.

Com informações da HispanTV,
Da redação do Vermelho