Celac deve substituir OEA, defende Correa na França

O presidente do Equador, Rafael Correa, afirmou nesta sexta-feira (8) na França que a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) é a grande esperança dessa região de ter seus próprios espaços sem ingerências hegemônicas.

Na França, Correa firmou diversas parcerias em ciência e tecnologia

Questionado pela Prensa Latina sobre os atuais processos de integração, o chefe de Estado equatoriano destacou o papel da Celac e disse que Cuba tem tido uma boa atuação este ano na presidência rotativa desse organismo.

"Precisamos de novos mecanismos porque os antigos, como a Organização de Estados Americanos (OEA), cuja sede está em Washington, não funcionam".

Acrescentou que "o bloqueio dos Estados Unidos contra Cuba é o maior atentado à Carta Interamericana da OEA e essa entidade não faz nada para combatê-lo".

"Já são 22 vezes que a Assembleia Geral da ONU condena o bloqueio, a última ocasião na semana passada, e não muda absolutamente nada", denunciou Correa.

O Presidente agregou que a OEA se converteu em um atraso colonialista nesse continente e, embora tenham sido feitos esforços para modificá-la, é mais fácil começar a construir algo novo e isso é a Celac.

A decisão de criar a Comunidade foi adotada na denominada Cúpula da Unidade, realizada em 2010 em Cancún, México, e a iniciativa foi consolidada em sua primeira reunião em Caracas, em dezembro de 2011.

Sua principal característica é que, pela primeira vez, as nações dessa região se reúnem sem a presença dos Estados Unidos e do Canadá, ou de qualquer outra potência extracontinental.

Neste mecanismo, expressou Correa, "podemos encontrar nosso próprio espaço para analisar e resolver os conflitos na região, e de fato já estamos fazendo isso".

Esta organização, assinalou o presidente equatoriano, "é também o lugar adequado para exercer a defesa dos direitos humanos, sem a terrível dupla moral existente hoje em dia".

Correa comentou que, há poucos dias, 15 organizações não governamentais equatorianas, todas criadas pelos perdedores das últimas eleições, foram recebidas em Washington para denunciar supostos atentados aos direitos humanos cometidos pelo executivo.

"É um absurdo. Até quando vamos ser acossados dessa forma somente pelo feito de não ter baixado a cabeça como fizeram administrações anteriores", assinalou.

O chefe de Estado equatoriano, que encerrou, nesta sexta (8) uma visita de três dias à França, e ofereceu uma coletiva de imprensa onde abordou diversos temas da atualidade latino-americana e mundial.

Posteriormente, viajou à cidade de Lyon para reunir-se com o prefeito local, Gerard Collomb, última etapa de sua visita oficial neste país.

Fonte: Prensa Latina