Luiz Carlos Antero: Messias Pontes: a partida de um guerreiro

"Há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são melhores, há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis" (Bertold Brecht). Messias foi tudo isso, cumulativamente, e concluiu seus dias de luta neste dia nove de novembro de 2013.

Por Luiz Carlos Antero*

Desde sua mais tenra juventude, lutou por um dia, por um ano, por muitos anos e por toda a vida, incansável na defesa das suas ideias e dos seus ideais de conquista do novo, de uma sociedade justa, avançada, igualitária. 

Messias cresceu e se tornou imprescindível em todos os momentos da sua existência, das batalhas que remontam à década de 1960 em defesa dos direitos localizados do povo de seu bairro, o Dias Macedo, às grandes pugnas e em seu comprometimento com os temas nacionais, na defesa das liberdades democráticas e no enfrentamento à repressão do regime militar ou na masmorra, no sindicato dos jornalistas, no seu reduto político, o Partido Comunista do Brasil, no Cebrapaz; onde quer que houvesse luta e resistência lá estava Messias com sua disposição, seu texto, de inúmeros temas, de multiplicadas repercussões na imprensa local, no Portal Vermelho, onde manteve uma coluna, em seu programa de rádio, nas redes sociais; na sua intensa dedicação internacionalista à defesa de Cuba e de sua resistência ao bloqueio de mais de meio século pelos Estados Unidos, em seu engajamento na Casa da Amizade José Martí, intensificado após uma entusiástica viagem a Cuba, onde estreitou seus laços de admiração por um povo combativo e indomável.

A trajetória de Messias é de incontáveis feitos escritos num cotidiano de incessantes preocupações com a humanidade e com seu futuro, com os avanços e com os rumos do Brasil, do Ceará, de Fortaleza; e na sua imanente busca de resolução para os pequenos ou maiores problemas posicionados diante de sua consciência e de sua sólida consistência revolucionária.

Parte Messias e permanece o luto para sua família (sua esposa, Nilma Alves Pontes, seus filhos, Carlos, Silvana, Marcinha, e todos os Pontes). E para sua imensa legião de amigos, amigas, camaradas, companheiros e companheiras que acompanharam sua iluminada e aguerrida existência.

Como na tradição grega (e espartana), que se abram as homenagens a um soldado do povo que tomba em combate!


* Luiz Carlos Antero é Mestre em Sociologia, Escritor, Jornalista e membro da Equipe de Pautas Especiais do Vermelho

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