Venezuela: Vive TV completa dez anos como televisão alternativa

Nesta segunda-feira (11), o canal estatal da Venezuela Vive TV completa 10 anos, com a missão de ser a tela do povo venezuelano. A emissora, que é associada à Rede TAL, rompeu paradigmas e se mantêm como um laboratório que busca consolidar um modelo de televisão alternativa.

O canal nasceu como uma resposta ao golpe de Estado de abril de 2002, quando o governo apontou um cerco comunicacional e se iniciaram várias políticas para fazer frente a novas investidas da direita. Vive irrompeu no cenário da mídia venezuelana, depois de 60 anos de uma televisão dominada pelo capitalismo. No entanto, passos haviam sido dados, evidenciando que diferentes programas podiam ser feitos. “Alô, Presidente demonstrava que se poderia quebrar o modelo estabelecido, que se podia falar de coisas novas, de uma nova mirada sobre o país e fazê-lo com o povo”, lembrou Sergio Arria, presidente do canal.

O aniversário da Vive é também o da Cooperação Venezuelana de Telecomunicações (Covetel), a empresa estatal que faz transmissões remotas para os meios de comunicação públicos e é a mãe do canal de TV infantil 1.2.3 TV e das sedes regionais da Vive no Ocidente, Centro Ocidente, Andes, Llanos, Orinoco e Oriente. A instituição também faz o serviço de hospedagem web dos canais de televisão digital Sibci HD, ConCiencia e Alba TV.

Além de presidente, Sergio Arria é um dos fundadores da Vive, que pretende, a curto prazo, que as sedes regionais da televisão se convertam em canais com uma programação própria programação que reflita o que acontece nas localidades.

"A força da história fez com que a Vive tivesse que assumir tarefas rapidamente. Há um ano de sua criação, o canal devia ter uma programação de 24 horas, quando estava apenas começando e treinando seu pessoal proveniente de emissoras comunitárias, de novas universidades como a Universidade Bolivariana da Venezuela (UBV). A Vive vem dessa experiência de televisão comunitária e independente, de pessoas que estavam produzindo conteúdo alternativo de forma isolada e que estava ciente da guerra comunicacional”, conta Arria.

“Com o acordo de cooperação cultural entre Cuba e Venezuela, a Vive foi equipada (…). Acabamos de equipar 13 televisões comunitárias com tecnologia de alta definição. Em 2008 e durante dois anos, assumimos a transmissão do Alô, Presidente. Foram sempre tarefas que surgiram no calor da batalha. O comandante (Chávez) decidiu que os projetos estratégicos de equipamentos seriam executados por Vive e não por outros canais. Ele confiava o suficiente nesta equipe, criou-se um escritório com companheiros venezuelanos e cubanos, da empresa Copextel, e foram desenvolvidos muitos projetos”, complementa.

O presidente da TV ressalta que o trabalho foi além, incorporando a necessidade de produzir também conteúdos infantis. “Era necessário que meninas e meninos do país tivessem um canal que pudesse romper a hegemonia de propostas como Discovery Kids. Foi um grande esforço criar o sinal 1.2.3 TV, que está 24 horas na televisão digital aberta. Desde 2006, temos impulsionado as televisões comunitárias e alternativas e a rede Alba TV, envolvendo movimentos sociais latino-americanos”, encerra.

Fonte: Tal TV