Quebradeiras de coco são destaque do Diálogos em Cidelândia

 

Flávio Dino e Maria Querubina
“O babaçu é uma das maiores riquezas que temos em nosso estado, e que não é bem aproveitada. Mas a nossa esperança ainda não acabou, não morreu. O Maranhão fará uma grande frente com Flávio Dino”, foi assim que a quebradeira de coco Maria Querubina relatou a a realidade dela e de suas companheiras durante evento do movimento Diálogos pelo Maranhão na Região Tocantina, ocorrido neste fim de semana.

A caravana do movimento Diálogos pelo Maranhão ouviu as reivindicações das quebradeiras de coco e também dos agricultores, pecuaristas, movimentos religiosos, lideranças políticas e populares que apresentaram os problemas vivenciados e discutiram as soluções viáveis.

Flávio Dino, coordenador do movimento, afirmou que a priorização da agricultura familiar pode reverter o quadro de abandono. “É o que temos dito, o governo do estado não valoriza as áreas prioritárias, menos de 0,5% do orçamento é destinado a agricultura. Por outro lado, temos a maior população rural do país. Como explicar tanta contradição?”, questionou Flávio Dino.

Maria Querubina, residente do assentamento da Vila Conceição, em Imperatriz, é quebradeira de coco desde os 7 anos e comprova que a devastação tem dificultado a realidade das quebradeiras, que sobrevivem do extrativismo do coco babaçu. “A realidade do Maranhão é muito triste, antes 95% do estado era coberto com babaçu e hoje não temos nem 60% dessa área, porque já foi tudo devastado”, disse a quebradeira.

“O governo libera para a agricultura familiar um tostão e para os grandes agricultores um milhão, aí não temos como sobreviver. E as dificuldades não se resumem à agricultura. O que chamam de saúde pública é calamidade pública. Na segurança pública é outro desastre, um município com 4 ou 5 mil habitantes tem 5 policiais numa delegacia e andando de moto, porque as viaturas estão quebradas. Tem condição isso?”, declarou a quebradeira.

O deputado federal Weverton Rocha (PDT) lembrou que a região concentra a maior bacia leiteira do estado, mas que faltam investimentos. “É inconcebível que esta região seja a maior bacia leiteira e que não haja uma indústria para o beneficiamento desse produto e para a geração de emprego e renda”, criticou.

Outra liderança política da região, Apóstolo Alex (PTC), lembrou que mesmo com todos os problemas existentes ainda há esperança de um Maranhão melhor. “É possível sim viver em um Maranhão diferente. Nós temos o poder de transformar a realidade social do nosso estado e vamos trabalhar por isso”, disse.

Simplício Araújo (SDD), Carlinhos Amorim (PDT), Domingos Dutra (SDD), Marcelo Tavares (PSB), Raimundo Cutrim (PCdoB) e todas as outras lideranças políticas, movimentos sociais e populares também contribuíram com os debates e sugeriram caminhos e soluções para o enfrentamento dos problemas relatados.