Produtores de leite no Equador avaliam TLC entre Colômbia e EUA

Produtores de leite do Equador, dentre eles gerentes, proprietários e microempresários da fronteira norte do país analisaram a incidência no setor do Tratado de Livre Comércio (TLC) entre a Colômbia e os Estados Unidos.

Enrique Díaz, gerente da rede de laticínios de Carchi explicou que "o TLC provoca que o mercado colombiano seja invadido de produtos importados em vez da sua produção nacional, então essa produção se transforma em excedente e nós, da região fronteiriça, estamos preocupados de que o leite entre no Equador afetando a nossa produção”.

Díaz disse que não existe intercâmbio formal do leite entre os países vizinhos, porém grandes quantidades passam de forma informal. "É sabido que o leite que entra de contrabando é comercializado por vendedores informais, que o trazem por caminhos secundários, e inclusive utilizam animais de carga, enchem tanques e a introduzem no setor artesanal onde fazem produtos derivados sem registros sanitários”.

O veterinário Arturo Bravo disse que a Colômbia tem aproximadamente 24,3 milhões de cabeças de gado que em 2011 produziram 6,53 milhões de litros de leite, quantidade que não aumentou em 2012. Dessa produção, 3,7 milhões de lares colombianos compram o leite líquido, isto é, que tomam 2,6 litros cada três dias. No entanto a Colômbia importa 71% do leite em pó, como resultado do TLC.

O TLC na Colômbia entrou em vigor em agosto de 2013, e o balanço comercial insatisfatório entre os produtos agrícolas colombianos e as importações, foi um dos motivos que levou os campesinos e os indígenas a ocuparem as rodovias nos protesto durante quase um mês, fato que afetou muito o comércio fronteiriço com o Equador.

O preço médio do leite colombiano é de 800 pesos (0,41 dólares) por litro para Nariño (departamento fronteiriço que se é o maior produtor de leite colombiano) e 500 pesos (0.26 dólares) por litro em nível nacional colombiano.

Em 2012, a produção nacional de leite equatoriano totalizou 5,86 milhões de litros, e Carchi produziu 5%do total. Esse ano o país registrou o segundo melhor crescimento anual na produção agrícola, atrás da Nicarágua. "As exportações equatorianas de laticínios cresceram 186% nos últimos três anos”, informou Endara.

Alberto Endara, representante do ministério equatoriano da Agricultura, indicou que o Estado equatoriano, protege e impulsiona a produção agropecuária nacional em benefício dos produtores e consumidores, garantindo a alta qualidade dos os alimentos equatorianos.

Na cidade de Tulcán semana passa aconteceu o evento "Tratado de Livre Comércio Colômbia – EUAno Setor de Laticínios equatoriano”, que participaram as micro e pequenas empresas artesanais do setor de laticínios, estudantes de agronomia, veterinária e zootecnia, pequenos e médios comerciantes, e associações depecuaristasde Nariño e Carchi. O fórum foi organizado pelo Governo da Província deCarchi e contou com a presença de expositores do Equador e da Colômbia, representantes das indústrias de laticínios tais como ALPINA e CONGOPE,de Agrocalidad, do Departamento Administrativo de Segurança da Colômbia (DAS), do Ministério da Agricultura, Pecuária, Aquicultura e Pesca (MAGAP) e dos representantes do Governo da Província deCarchi.

Fonte: Adital