Confrontos com milícias e manifestantes intensificam-se na Líbia

Desde que uma onda de assassinatos por paramilitares foi inaugurada, manifestantes têm protestado contra a falta de controle do governo na Líbia. Forças oficiais têm se movimentado pelas ruas de Bengazi, capital provisória do governo interino, no combate a grupos que participaram da derrubada do ex-presidente Muamar Al-Kadafi. Neste sábado (16), segundo dia de confrontos entre os oficiais e manifestantes foram noticiados desde Trípoli, com um número de vítimas fatais acima de 40. 

Líbia - Reuters

Na sexta-feira (15), manifestações de protesto contra a falta de controle sobre a situação e o aumento da violência foram intensificadas. Entretanto, a deterioração da segurança e do cenário político tem sido relatada durante o ano, aumentando temores de uma possível guerra civil.

Em várias partes do país, a violência e a instabilidade têm se intensificado, mas observadores locais afirmam que os piores casos são os de Trípoli e Bengazi, com confrontos de rua que têm piorado o cenário significativamente.

Uma campanha militar ilegítima e promovida pela intervenção estrangeira contra Kadafi resultou no desmantelamento do setor de segurança e na pilhagem dos estoques bélicos do país, de acordo com acadêmicos como Solomon Ayele Dersso, especialista em direito e analista de assuntos africanos.

Brigadas paramilitares foram reconhecidas sob o Conselho de Transição Nacional e foram encorajadas. Com a eclosão de atentados e assassinatos, manifestantes revoltados com a falta de controle das forças oficiais de segurança têm protestado desde a semana passada, mas a repressão tem sido brutal.

Confrontos deste sábado foram relatados no leste da capital, em Tajoura, onde grupos armados rivais dispararam uns contra os outros em pontos de controle montados para impedir a passagem de mais rebeldes da cidade próxima de Misrata de entrarem em Trípoli, de acordo com um membro do Congresso líbio, em declarações à emissora Al-Jazira.

Oito combatentes pró-governo foram feridos, de acordo com a agência oficial de notícias Lana. A capital provisória está tensionada depois de milicianos de Misrata terem disparado contra manifestantes que exigiam a desmobilização de grupos paramilitares, matando 43 pessoas e ferindo 400, de acordo com o Ministério do Interior.

Soldados e milicianos aliados ao governo tentaram retomar o controle de uma base atacada na sexta à noite por homens armados de Misrata. Autoridades de Trípoli decretaram três dias de luto, e muitas lojas da cidade ficaram fechadas.

O primeiro-ministro Ali Zeidan havia instado os rebeldes a ficarem longe da cidade, dizendo que “isso teria consequências negativas e catastróficas”. Também no sábado, a segurança estava apertada na região de Trípoli devido às procissões funerárias dos que foram mortos no dia anterior.

Com agências,
Da redação do Vermelho