Michelle Bachelet enfrenta a direita em segundo turno no Chile

A candidata na coalizão Nova Maioria (antiga Concertação) e ex-presidenta do Chile recebeu 46,67% dos votos na eleição deste domingo (17). Sua rival, Evelyn Mathei, da direitista União Democrática Independente (UDI), angariou 25,01% dos votos. As informações são do Serviço Eleitoral de Eleições (Servel), com 99,93% das mesas de votação apuradas, na manhã desta segunda-feira (18). Os resultados levam Michelle e Evelyn ao segundo turno eleitoral, no dia 15 de dezembro.

chile - La Tercera

A Nova Maioria e a representante da coalizão de governo do presidente conservador Sebastián Piñera enfrentam-se novamente no próximo mês, mas as forças de centro-esquerda de Michele apresentam-se otimistas pelo ganho de espaço eleitoral.

Em declarações citadas pelo jornal chileno La Tercera, Michele assegurou que sua coalizão terá uma vitória decisiva em dezembro. “Sabíamos que o desafio de ganhar no primeiro turno era complicado, fizemos todo o esforço e estivemos muito perto de conseguir”, disse a candidata.

“Esta ampla votação reforça a nossa certeza de que o Chile pode fazer as transformações para ser uma pátria melhor; hoje em dia, os chilenos votaram por uma educação de qualidade e gratuita, e votaram por uma reforma tributária”, afirmou Michele, em referência a bandeiras que estão entre as suas principais.

Evelyn, da direita conservadora que está no governo chileno, disse: “estamos passando neste momento à segunda rodada porque representamos um projeto de país”, e criticou a esquerda com um discurso apelativo, sobre um eleitorado que estaria “com medo de que a esquerda impulsione seu projeto de desestabilização do país”.

O terceiro candidato com maior votação foi Marco Enríquez-Ominami Gumucio, pelo Partido Progressista (PRO), com 10,9% dos votos. As eleições também foram para senadores, deputados e conselheiros regionais.

Apenas 1,07% foram votos brancos ou nulos. Apesar disso, segundo o jornal La Tercera, a participação foi considerada baixa, já que só 6,157 milhões de eleitores compareceram na votação (com a apuração de 92% das mesas), de um total de 13 milhões de eleitores.

Os dirigentes estudantis que encabeçaram as massivas marchas de 2011 no país também foram eleitos nas parlamentares.

A comunista Camila Vallejo (da Nova Maioria) e Gabriel Boric, ex-presidentes da Federação de Estudantes da Universidade do Chile; o presidente da Federação de Estudantes da Universidade Católica, Giorgio Jackson; e a comunista Karol Cariola, ex-dirigente estudantil da Universidade de Concepción, conseguiram votos suficientes para entrarem para o Parlamento.

Atualizada às 09h10

Com agências,
Moara Crivelente, da Redação do Vermelho