ONU realiza exposição e evento sobre África no Rio de Janeiro
Em apoio à campanha para que os Estados-membros das Nações Unidas aprovem a Década Internacional de Afrodescendentes – movimento defendido pelo Brasil – o Centro de Informação das Nações Unidas no país (Unic Rio) promove o “Encontro das Áfricas”. O evento será realizado nesta quarta-feira (20), Dia da Consciência Negra, no Teatro Oi Casa Grande, no Rio de Janeiro.
Publicado 19/11/2013 09:20
Artistas do Brasil, Cuba e Senegal sintetizarão as contribuições culturais dos povos africanos com apresentações que vão dos tambores à música eletrônica. O evento contará com a participação do senegalês Zal Sissokho, cuja música se destaca pelo uso da “kora” uma espécie de harpa africana com 21 cordas. O cubano René Ferrer trará sua interessante mistura de reggae, mango e rumba com o samba e os brasileiros Aderbal de Ashogun e Grupo Treme Terra mostrarão a força dos atabaques.
Também presentes no evento o percussionista e baterista carioca, Robertinho Silva e banda; o compositor de grandes sucessos da MPB, Altay Veloso; e a cantora paulista Cellia Nascimento, que se apresenta com o rapper e agente cultural MC Slow Dabf. O público poderá ainda ouvir André Sampaio & os Afro mandinga e sua fusão de ritmos africanos e afrobrasileiros; o MC Papo Reto; a banda carioca Stereo Maracanã; e o rapper e compositor, integrante do grupo Racionais MC’s, Edi Rock. A iniciativa é apoiada pelo cantor Gilberto Gil.
Paralelamente, seis telas produzidas por artistas de rua engajados no movimento negro resumirão a história do tráfico negreiro para a América Latina. Os grafites complementam uma exposição online com 18 painéis divididos em cinco temas: Visão geral sobre o trafico de escravos; Rebeliões; Fugas; Movimento Abolicionista e Legado. As telas que serão exibidas são grafitadas por Marcelo Eco, Izolag Armeidah, Anahu e Akuma Santos.
O evento conta com o apoio do Instituto Oi Futuro, do Instituto Vale, da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro e do Fundo Baobá, que investe em projetos pró-equidade racial de organizações da sociedade civil afro-brasileiras. Elemídia, Agência Café das 4 e Maxpress são parceiros de comunicação. A produção executiva é da ImaginaRio e Neanderthal.
Década Internacional de Afrodescendentes
A Assembleia Geral da ONU deve votar ainda este ano o estabelecimento de uma década (2014-2023) para promover o fim do racismo, da discriminação, da xenofobia e de intolerâncias correlatas, reafirmando e avançando no plano de ação “Pessoas de descendência africana: reconhecimento, justiça e desenvolvimento” – estabelecido na Conferência de Durban (2001).
A Declaração de Durban afirma a necessidade de concentrar as atenções no grupo que, apesar de constituir significante parte da população mundial, sofre sistemáticas violações de seus direitos fundamentais. Ações políticas e culturais nesse sentido são essenciais para para a reconciliação internacional e a criação de sociedades fundadas na justiça, na igualdade e na solidariedade.
É preciso reconhecer que as injustiças históricas tiveram uma inquestionável contribuição para a pobreza, o subdesenvolvimento, a marginalização, exclusão social, desigualdade econômica, instabilidade e insegurança de milhões de afrodescendentes, em diferentes partes do mundo e particularmente em países em desenvolvimento, como o Brasil – principal destino dos escravos traficados via Atlântico.
Fonte: Centro de Informação das Nações Unidas