Polônia demite ministro que chefia conferência mundial do clima 

Na reta final das negociações da COP-19 (19ª Conferência Mundial do Clima da ONU), o primeiro ministro da Polônia, Donald Tusk, demitiu seu ministro do Meio Ambiente, Marcin Korolec, que é também presidente da conferência. O evento vai até sexta-feira (22) em Varsóvia e reúne 195 países. A decisão, na reta final da conferência do clima, foi criticada por ambientalistas. 

Segundo Tusk, apesar de sair da pasta, Korolec continuará nas negociações climáticas. Em uma entrevista coletiva nesta quarta-feira (20), o primeiro ministro polonês explicou a decisão. "É por uma radical aceleração das operações de gás xisto. O senhor Korolec continuará o representante do governo com plenos poderes nas negociações climáticas”, afirmou o primeiro ministro polonês.

Seu substituto no ministério, Maciej Grabowski, assumiu com a promessa de promover o uso do gás xisto na Polônia.

Desde o início da conferência do clima, o agora ex-ministro do Meio Ambiente e o governo da Polônia foram alvos de críticas. O país, que tem mais de 80% de sua eletricidade gerada com carvão, recebeu, com apoio do governo, a conferência mundial da indústria mineral também nesta semana. Uma coincidência de datas que irritou muita gente e provocou diversos protestos.

"Justificar a mudança do ministro com a necessidade de acelerar a exploração de outro combustível fóssil na Polônia (gás xisto) é algo que não há palavras para descrever, especialmente quando a maioria dos poloneses espera ver aumento de investimento em energias renováveis", disse Maciej Muskat, diretor do Greenpeace na Polônia, que criticou o momento da mudança.

O primeiro ministro polonês também promoveu mudanças no comando de outras pastas: Educação, Finanças, Ciência, Esporte e Administração.

Da Redação em Brasília
Com Agência Estado