Freitas: O PCdoB é o grande instrumento para realizar a revolução

Na Plenária do 13º Congresso do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) – realizada entre os dias 14 a 16 de novembro, no Anhembi, em São Paulo – Ronald Freitas, membro do Comitê Central do PCdoB, destacou em sua intervenção a determinação do PCdoB na luta para construir um Brasil: soberano, democrático, desenvolvido e socialmente justo. Leia a íntegra da intervenção: 

Queridos delegados e delegadas. É com emoção que me dirijo a plenária final de nosso 13º Congresso. Vocês, como representantes de toda a militância do PCdoB, são a expressão concentrada da perenidade, da altivez, e da determinação do PCdoB na luta para construir um Brasil: soberano, democrático, desenvolvido e socialmente justo. Condição para alcançarmos o nosso objetivo maior para construirmos em nosso o socialismo.

O núcleo do posicionamento do partido no seu 13º Congresso é o balanço dos 10 anos de governo do bloco de forças políticas, de centro-esquerda, de cunho democrático e progressista, que governam o país desde 2003.

Qual a particularidade desse período para os comunistas, que ativamente participaram da eleição de Lula em 2002 e passaram a participar do governo central da republica desde 2003 e continuam até hoje. A particularidade É o fato de Participarmos do Governo Central da Republica, numa coalizão de centro-esquerda, onde não somos hegemônicos.

Esse fato, é a materialização da evolução política do Partido, ocorrida em decorrência da crise do colapso da URSS e por consequência da derrota significativa sofrida pela luta e construção do socialismo no mundo e no Brasil.

Em decorrência dessa derrota, iniciou-se no PCdoB, um rico e complexo processo de avaliação, no qual desenvolveram-se serias reflexões, analises e balanço daqueles fatos, e seus impactos na luta pela construção do socialismo.

Diante da virulenta onda ideológica desencadeada pela direita de que com o colapso da URSS, o ideal socialista, suas ferramentas de luta como o Partido, e sua construção concreta, teriam sofrido uma derrota definitiva, o PCdoB, em seu 8º Congresso reafirmou que o Socialismo Vive, e em seu 9º, 10º, 11º, 12º, e na destacada 9º Conferencia, não só continuou afirmando essa tese, mas foi progressivamente dando respostas políticas e organizativas, que se consolidam nesse balanço dado no 13º, com a avaliação positiva de nossa participação no projeto político que se desenvolve no Brasil, desde 2003, sob a Liderança de Lula e Dilma.

Diante da afirmação anticientífica do fim da história, reafirmamos que o processo civilizacional humano, percorre caminhos tortuosos, mas que sempre tem avançado, submetido a dialética de acumulações e rupturas, políticas, sociais, econômicas e culturais. E essas rupturas são as revoluções que de tempos em tempos, revolvem as entranhas da sociedade e do seu ventre produzem o novo. Como na revolução francesa de 1789 e na bolchevique de 1917. E que esses processos não comportam modelos, mas são frutos do evoluir das sociedades onde eles se desenvolvem, e que a experiência histórica nos ensina, que são datados historicamente, ou seja, são frutos fundamentalmente das condições político-sociais de cada país.

Ao afirmarmos que o Socialismo Vive, também afirmamos, que não existem modelos universais de socialismo. Que a construção dessa nova sociedade, que tem no seu ideário, as contribuições inestimáveis de Marx, Engels, Lenin, entre outros, não cabe em um figurino de uma experiência, e que, apoiando-se nos elementos essenciais das experiências havidas e em curso, será uma construção político-social que decorrerá das características nacionais de cada país.

E por fim, diante da tese, muito em voga e prestigiada por certos círculos “de esquerda”, da falência da forma partido (lembram-se dos primeiros Fóruns Sociais Mundiais, em Porto Alegre?), como instrumento essencial ao avanço revolucionário da sociedade, reafirmamos a atualidade e a absoluta necessidade de um Partido Comunista, teoricamente sadio, politicamente ativo e unido e organicamente disciplinado, como condição ‘sine qua non’, para o êxito da vitória da luta pela implantação do socialismo em cada país. Mas também afirmamos que não existem modelos de Partido. Que cada partido é uma realidade sócio-política viva, que decorre da realidade em que está se desenvolvendo. Que tendo por base o marxismo, e bebendo na fonte das contribuições de grandes revolucionários como Lenin, Mao, Ho Chi Min, etc, e inspirando-se na experiência histórica, nacional e internacional, seja capaz de liderar seu povo e sua nação, no rumo da emancipação plena, para o socialismo.

O lema do nosso Congresso, é muito feliz ao colocar a necessidade de avançarmos dentro da atual situação política, para mudarmos o nosso país. Ser uma ferramenta fundamental desse processo é o desafio maior do PCdoB nesse momento.

Esse 13º é uma pausa na atividade do dia a dia, para recompormos forças, avaliar nosso desempenho, traçarmos caminhos, e daqui sairmos mais convictos de que o Socialismo Vive. A revolução é possível, e o Partido é o grande instrumento de sua realização.

* Ronalde Freitas é membro do Comitê Central do PCdoB