RMS: Incra regulariza terras da comunidade quilombola de Dandá
O movimento negro baiano e a comunidade quilombola de Dandá comemoraram a desapropriação de um imóvel para a regularização do quilombo, que está localizado no município de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). A cerimônia de emissão de posse da Fazenda Coqueiros para a comunidade aconteceu na última quarta-feira (20/11), dia da Consciência Negra.
Publicado 22/11/2013 15:23 | Editado 04/03/2020 16:16
Este foi o primeiro imóvel desapropriado pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para a regularização de um quilombo na região metropolitana. A partir de gora, os quilombolas do Dandá terão a titulação de suas terras e poderão fortalecer a agricultura, que é a principal fonte de renda da comunidade, com a produção de piaçava.
“Esta data é uma grande vitória, de uma batalha por qual muitos morreram sem ver este dia. Fazemos questão de preservar nossa cultura e agora vamos atrás de melhorias, de nossa escola, para construirmos o futuro de nossos filhos e netos”, comemorou Lôra, uma das líderes do Dandá.
Na cerimônia, estiveram presentes o secretário de Promoção da Igualdade Racial do Estado da Bahia, Elias Sampaio; a vice-presidenta do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra (CDCN), Vilma Reis; o superintendente do Incra na Bahia, Luiz Gugé; representantes da Unegro; o prefeito de Simões Filho, Eduardo Alencar; entre outras autoridades locais e do movimento negro da Bahia.
O secretário Elias Sampaio afirmou que a regularização das terras da comunidade é mais uma conquista na luta por uma reparação ao povo negro brasileiro. “Titular as terras quilombolas é uma luta de todo brasileiro comprometido com a igualdade e com a garantia de direitos do cidadão”.
Ao todo, são 147 hectares que passam a ser, agora, legalmente de propriedade dos quilombolas do Dandá. A Fazenda Coqueiros está ocupada pela comunidade há mais de 100 anos e é uma terra devoluta.
De Salvador,
Erikson Walla
*Colaborou Ascom/ Sepromi