Com 60% de urnas apuradas, direita segue à frente em Honduras

Até o fechamento desta edição, a situação em Honduras segue complicada. Mais de 1 milhão de votos estão sendo questionados. Tanto a candidata socialista do partido Liberdade e Refundação, Xiomara Castro, quanto o direitista Juan Orlando Hernández se declaram vencedores das eleições, embora os dados do Supremo Tribunal Eleitoral (TSE) apontem que, com 61,72% dos dados apurados, Hernández tem 34.19% dos votos, contra 28.83% de Xiomara.

Partidários da candidata ressaltam que falta o escrutínio das áreas onde ela tem mais votos.

Em coletiva de imprensa concedida na tarde desta segunda-feira (25), o ex-presidente Manuel Zelaya, marido da candidata presidencial e presidente do partido Libre, pediu a recontagem de ata por ata dos votos e afirmou que o resultado eleitoral deve ser defendido nas ruas, caso seja necessário. “Não queremos nenhuma negociação com o Estado e sim que se respeitem o resultado das urnas”.

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Denúncias dos observadores internacionais dão conta de que houve irregularidades no pleito marcado pela tensão por ser a primeira eleição realizada após o golpe que destituiu o ex-presidente Zelaya: “às vésperas das eleições deste domingo (24), o governo de Honduras está utilizando policiais militares e da migração para perseguir e intimidar observadores internacionais, que identifica como simpatizantes da candidata oposicionista Xiomara Castro de Zelaya, do Partido Livre”.

Denúncia feita pelo jornalista Leonardo Wexell Severo, que se encontra em Tegucigalpa

De acordo com o relato do jornalista Leonardo Wexell Severo, que acompanhou as eleições como observador internacional, durante o pleito houve compra de votos, conforme ele mesmo pôde comprovar:

“Maria Rita Mamoros denunciou e fomos conferir junto com o companheiro Caio Plessmann de Castro: voto comprado na Colônia Cerro Grande em Comayaguela. Uma longa lista do Partido Nacional e os bônus, "regalitos" (presentinhos) entregues abertamente em troca de votos no (…) Partido (ANTI) Nacional”.
 

O relato do jornalista segue denunciando ainda que: “personalidades como Rigoberta Menchú, prêmio Nobel da Paz, e o juiz Baltazar Garzón, reconhecido por sua luta contra as ditaduras latino-americanas, foram impedidas até de entrar no país. Ao mesmo tempo, os golpistas convidaram 23 organizações de extrema direita para acompanhar o pleito”.

Da Redação do Portal Vermelho,
Vanessa Silva, com agências

*Conteúdo atualizado às 19h32 para acréscimo de informações