Egito repudia críticas dos Estados Unidos a nova lei

A chancelaria egípcia qualificou nesta quarta-feira como "inaceitáveis" as críticas formuladas pelo governo dos Estados Unidos à lei de manifestações promulgada no domingo passado pelo presidente interino, Adly Mansour.

"Foi uma clara intervenção em um tema local egípcio que é inaceitável de nenhum país", disse o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Badr Abdel Aaty.

Aaty considerou "normal que todos os países, em especial os maiores, prestem atenção em um país como Egito, mas isso não permite a violação de certas linhas ou (que) comente sobre decisões relativas a temas locais".

O porta-voz esclareceu que as autoridades egípcias fazem um estudo comparativo de leis sobre o tema em vários países e horas antes o premiê interino, Hazem Beblawi, anunciou a criação de um comitê para estudar os pontos mais divergentes da polêmica legislação.

As relações entre Cairo e Washington estão em seu ponto mais baixo em quase quatro décadas depois da derrubada do presidente islamista Mohamed Mursi pelas Forças Armadas, em 3 de julho, em seguida às manifestações de milhares de pessoas que exigiam sua queda.

Uma visita relâmpago neste mês do secretário de Estado norte-americano, John Kerry, na qual se reuniu com seu homólogo, Nabil Fahmy, o titular de Defesa, general Abdel Fattah Sissi, e o presidente provisório Mansour, teve pouco efeito na atenuação das divergências.

Semanas atrás o gabinete provisório egípcio demonstrou irritação pelo congelamento de parte da ajuda anual estadunidense, o que inclui o fornecimento de peças de reposição para blindados, uma esquadrilha de caça-bombardeiros F-16 e helicópteros, além de US$ 260 milhões em dinheiro.

A ajuda anual estadunidense ao Egito é da ordem de US$ 1,3 bilhão e foi concedida depois da assinatura dos acordos de paz com Israel em 1979, considerado por algumas fontes como "a sentença de morte" para o ex-presidente Anuar Sadat, que morreu em um atentado dois anos depois.

Fonte: Prensa Latina