São Paulo receberá 76 centros de iniciação ao Esporte

 Dos 285 centros anunciados pelo Ministro do Esporte, Aldo Rebelo, 76 serão erguidos em São Paulo. As unidades do Centro de Iniciação ao Esporte (CIE), iniciativa de infraestrutura esportiva do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).

Cerca de 263 municípios brasileiros foram selecionados para receber 285 unidades dos Centros de Iniciação ao Esporte (CIEs), dando início, assim, ao maior projeto de legado de infraestrutura esportiva dos Jogos Olímpicos e Jogos Paraolímpicos do Rio 2016. O anúncio foi feito nessa terça-feira (10), pelo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, em Brasília. O projeto conta com um investimento de R$ 967 milhões do Orçamento Geral da União. Todas as 27 unidades federativas foram contempladas.

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Os Centros de Iniciação ao Esporte estão padronizados e em acordo com as atuais necessidades esportivas, com dimensões oficiais que comportam 13 modalidades olímpicas (atletismo, basquete, boxe, handebol, judô, lutas, tênis de mesa, taekwondo, vôlei, esgrima, ginástica rítmica, badminton e levantamento de peso), seis paraolímpicas (esgrima de cadeira de rodas, judô, halterofilismo, tênis de mesa, vôlei sentado e goalball) e uma não-olímpica (futsal).

Além de equipamentos multiuso voltados para identificação de talentos e formação de atletas, os Centros servirão de incentivo à prática esportiva em territórios de alta vulnerabilidade social e estímulo ao desenvolvimento da base do esporte de alto rendimento nacional.

De acordo com o ministro Aldo Rebelo, as cidades receberão um equipamento planejado, com medidas oficiais e o melhor material para a construção e espaço para a prática das modalidades. “Eles estão destinados a treinar o atleta de alto rendimento e também a fornecer a prática de atividade física de lazer, ou educacional ou de entretenimento”, afirmou.

Incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), o Centro de Iniciação ao Esporte se soma a outro programa do PAC igualmente destinado a ampliar a infraestrutura para a prática de esportes – a construção de 6 mil quadras e cobertura de mais 4 mil em escolas públicas brasileiras. Ainda como conceito de extensão do ambiente escolar, o CIE se conecta a outros programas do governo federal, o Atleta na Escola, o Mais Educação e o Segundo Tempo, todos com atividades de iniciação em modalidades olímpicas e paraolímpicas. O centro de iniciação comporá a Rede Nacional de Treinamento que está sendo estruturada pelo Ministério do Esporte.

Base esportiva

O projeto do CIE foi apresentado pelo secretário de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Ricardo Leyser. “A realização dos Jogos Olímpicos no Rio sensibilizou o governo para a importância da base esportiva e a necessidade de oferecer estruturas em padrões oficiais para crianças e jovens iniciarem a prática de diversas modalidades”, disse Leyser, que destacou também, que muitas das construções esportivas existentes no País são da década de 1970 e estão defasadas em relação a novos requisitos e regras de vários esportes.

Dos critérios para a escolha das cidades, o secretário citou como básicos, as regiões de alta vulnerabilidade social, complementaridade com o programa Minha Casa Minha Vida, situação fundiária que permita rápido início de obra e grande concentração populacional.

O projeto está dividido em três modelos, que têm em comum um ginásio poliesportivo que permite várias modalidades coletivas e individuais. No modelo 2 se acrescenta uma quadra externa descoberta e nos 3 há miniestrutura para atletismo. Os três também têm em comum arquibancadas de 177 lugares para quadra e 122 no modelo reversível, espaço para academia, vestiários, copa, sala de professores/técnicos, depósito e salas de administração.

O módulo 3, para terrenos com 7.000 m2 e custo estimado de R$ 3,6 milhões, foi o mais escolhido pelas prefeituras, com 168 unidades no total. O 2, para terrenos de 3.500 m2 e custo de R$ 3,1 milhões, teve 74 pedidos aprovados. E o módulo 1, que requer terreno de 2.500 m2 e tem custo de R$ 3 milhões, teve 43 propostas aprovadas. A distribuição das unidades por região do País ficou: 8% no Centro Oeste (22 unidades), 10% na Norte (28 unidades), 13% no Sul (38 unidades), 29% no Nordeste (82 unidades) e 40% no Sudeste (115 unidades).

“São equipamentos simples, mas de boa qualidade”, explicou Leyer, destacando, por exemplo, a existência de vestiários femininos – que inexistem em muitas praças de esporte do País. Os detalhes chegam a estruturas reforçadas em regiões onde venta mais, materiais que propiciam conforto térmico e acústico e possibilidade de fazer fosso para a ginástica, por exemplo. O Ministério do Esporte vai fornecer o projeto-padrão para assegurar agilidade de procedimentos. E as prefeituras serão cobradas a apresentar plano de gestão, funcionamento e manutenção do CIE e política de desenvolvimento do esporte na cidade.

O governo está orientando as prefeituras a se articularem com as confederações esportivas para desenvolver planos de utilização dos espaços conforme a demanda e a vocação dos municípios e das modalidades.

Igualdade entre olímpicos e paraolímpicos

Presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro, Andrew Parsons participou da solenidade e destacou seu reconhecimento ao Ministério do Esporte por contemplar exatamente da mesma maneira os esportes olímpicos e os paraolímpicos, porque “antes não era assim”. Ele citou que o projeto do CIE abrange requisitos de acessibilidade como rampas, plataforma elevatória, banheiros adaptados, portas mais largas e espaço para cadeiras nas arquibancadas, entre outros itens necessários ao uso por pessoas com deficiências.

As prefeituras terão um workshop no dia 19 de dezembro, em Brasília, para que equipes técnicas (de engenharia, arquitetura, obras) recebam orientações sobre os próximos passos. Elas também deverão apresentar documentação à Caixa Econômica Federal e assinar termo de compromisso com o banco. Pelo cronograma estabelecido, os municípios têm até 28 de fevereiro para contratar as adequações dos projetos ao terreno escolhido e até 28 de abril para fazer as sondagens de terreno e as adequações de projeto. Depois, até 180 dias após a contratação para iniciar obras.

O processo de seleção para as cidades interessadas foi aberto em 4 de fevereiro, e o prazo de cadastramento encerrou-se em abril. O Ministério do Esporte recebeu as propostas e selecionou as que se enquadravam nos critérios estabelecidos. Os municípios puderam escolher entre três modelos de CIE, conforme o tamanho do terreno disponível.

Escolha

Aldo Rebelo cumprimentou prefeitos e prefeitas por terem encontrado, dentro do prazo, um terreno livre de qualquer impedimento jurídico para o pleno uso na construção do Centro de Iniciação ao Esporte. “O Ministério do Esporte vai oferecer toda a assistência e acompanhar passo a passo para ajudar as prefeituras a superar as dificuldades e as adversidades na construção desse equipamento para que sejam entregues à população antes das Olimpíadas”, completou.

Para o prefeito de Jundiaí (SP), Paulo Bigardi, o CIE é uma obra importante. “A ideia é que esse centro possa integrar a comunidade, contribuir para a formação dos jovens. O conjunto de municípios que estão sendo contemplados hoje terá um legado depois das Olimpíadas”, acentuou.

“Hoje, a maioria das cidades brasileiras não tem condições de preparação para os futuros atletas do Brasil. Este projeto vem ao encontro das necessidades do município e, quem sabe, no futuro, teremos alguém participando dos Jogos Olímpicos”, completou o prefeito de Cáceres (MT), Francis Maris Cruz.

Fonte: Portal Brasil