Sem atenção, judeus do Irã manifestam apoio ao programa nuclear

A comunidade judia no Irã é a maior da região fora de Israel e da Turquia, mas tende a manter-se afastada das atenções. Em novembro, porém, sem atrair grande foco da imprensa internacional, saiu às ruas da República Islâmica para defender o programa nuclear do país, enquanto o governo persa insistia nas negociações internacionais, contra a pressão israelense por um posicionamento mais agressivo por parte do Ocidente.

Parlamentar judeu no Irã - AFP

Centenas de iranianos, inclusive estudantes universitários e membros da comunidade judia do país protestaram em novembro em apoio ao programa nuclear, às vésperas da retomada das negociações com o Grupo 5+1 (Estados Unidos, Reino Unido, França, China e Rússia, como membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, e a Alemanha), que resultaria em um acordo considerado avançado.

As emissoras de televisão iranianas mostraram os estudantes reunidos às portas da instalação de enriquecimento de urânio Fordo, que fica cravada em uma montanha, ao sul da capital, Teerã. O grupo formou uma corrente humana, e gritou palavras de ordem como “Fordo está em nossos corações”, denunciando o Ocidente por sua pressão coerciva sobre o Irã, contrária às atividades nucleares do país, alegadamente de fins bélicos.

O jornal israelense Ha’aretz deu uma notícia breve, à época, sobre a manifestação do que classificou de “dezenas de pessoas que se identificaram como judeus iranianos”, numa “demonstração pública rara da comunidade”, embora se trate da maior fora de Israel e da Turquia, em todo o Oriente Médio.

O acordo nuclear alcançado com o G5+1 no final de novembro foca na redução do enriquecimento de urânio (de 20 para 5%), no maior acesso dos inspetores internacionais às instalações nucleares do Irã e o “alívio” das sanções impostas pelo Ocidente contra o país, principalmente pelos Estados Unidos.

Israel acusa o Irã de perseguição e de planejar usar armas nucleares contra os israelenses; seu governo deu declarações agressivas repetidamente contra o país persa, inclusive com a ameaças de conduzir um ataque unilateral às instalações nucleares iranianas, e pressionou pelo fortalecimento das sanções.

Com informações do Ha'aretz,
Da redação do Vermelho